Meiruze Sousa Freitas, diretora da Anvisa
Pedro França/Agência Senado
Meiruze Sousa Freitas, diretora da Anvisa

A farmacêutica Meiruze Sousa Freitas, que assumiu o cargo de diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro, diz que "não tem lógica" pensar que o órgão regular seja contra as vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo , Freitas repetiu um discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o que falta para que a população brasileira começar a ser imunizada são os laboratórios enviarem as informações de suas pesquisas para a avaliação da Anvisa . De acordo com ela, a agência não é uma barreira para a aprovação de imunizantes.

"Da parte regulatória, [para avançar na chegada da vacina] falta as empresas trazerem os dados para a avaliação da Anvisa. Temos regras semelhantes às do mundo. Não há aqui empecilho para avaliação de uso emergencial ou registro de vacinas", afirmou a farmacêutica.

Freitas, porém, evitou definir uma data para que alguma vacina seja autorizada pelo órgão, apesar de intenção ser aprovar pedidos de registros o mais rápido possível. O governo de São Paulo, do governador João Doria (PSDB), já anunciou e mantém a promessa de começar a imunizar os paulistas no dia 25 de janeiro. Os primeiros a receber as doses seriam apenas grupos prioritários.

Já a previsão do Ministério da Saúde é que as doses podem começar a ser aplicadas já em 20 de janeiro. A pasta definiu que o início poderia ser desta data até 10 fevereiro. "Vai depender do pedido. Vamos pensar no melhor cenário. Se chegar um pedido em 3 de janeiro (de uso emergencial), esperamos ter em 13 de janeiro uma decisão. A projeção de vacinação seria possível. Só quando tiver o pedido poderia afirmar melhor. [...] A gente está trabalhando para atender o prazo de 10 dias. Pode ser feito até em prazo menor", disse a diretora.

Questionada sobre o processo de politização das vacinas contra a Covid-19, sobretudo a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech, Freitas afirma que a agência tem procurado se afastar dessa discussão.

"Às vezes as pessoas dizem, 'nossa, a gente está sendo sendo tão achincalhado. Colocado como problema'. Claro, isso traz até vontade de falar: "O problema não é a Anvisa. O Brasil prefere não ter uma agência regulatória?' Mas temos de trabalhar internamente. É uma pauta que não é nossa, vamos mostrar esse processo", disse.

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