A Hungria se tornou nesta sexta-feira (29) o primeiro país da União Europeia a aprovar o uso emergencial de uma vacina chinesa contra o novo coronavírus.
Trata-se do imunizante do laboratório Sinopharm, que apresentou eficácia de 79,34% nos ensaios clínicos de fase 3, segundo a empresa. "Hoje o Instituto Nacional de Remédios e Nutrição deu seu aval à vacina da Sinopharm", disse a responsável pela área médica da instituição, Cecilia Muller.
Pouco antes, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, já havia anunciado a intenção de fechar um acordo para a compra do imunizante nos próximos dias. "Os chineses conhecem esse vírus há mais tempo, então provavelmente sabem mais sobre ele", justificou.
O país planeja encomendar pelo menos 500 mil doses em fevereiro. Na semana passada, o governo húngaro já havia anunciado a aquisição de 2 milhões de unidades do imunizante Sputnik V - o país também é o primeiro Estado-membro da UE a aprovar a vacina russa.
Até o momento, de acordo com o portal Our World in Data, a Hungria já aplicou 187,5 mil doses de imunizantes anti-Covid. A vacinação na UE acontece com as fórmulas da Pfizer, que atrasou entregas nas últimas duas semanas por causa de uma readequação em sua fábrica na Bélgica, e da Moderna, que tem uma capacidade de produção menor.
Por conta disso, Estados-membros da UE têm registrado uma desaceleração de seus programas de imunização na segunda quinzena de janeiro.
O bloco fechou contratos apenas com laboratórios de países ocidentais: Pfizer (EUA)/Biontech (Alemanha), Moderna (EUA), AstraZeneca (Reino Unido/Suécia), Janssen (Bélgica), Sanofi (França) e Curevac (Alemanha). Também há negociações abertas com Novavax (EUA) e Valneva (França).