O cardiologista Marcelo Queiroga pode ser anunciado como novo ministro da saúde nesta terça-feira (16). A informação foi confirmada por fontes do Palácio do Planalto após reunião entre o médico e o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta segunda-feira (15).
Queiroga assumirá o lugar de Eduardo Pazuello, pressionado pelas medidas adotadas durante a pandemia de Covid-19 . A efetivação do cardiologista deve ser publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (16).
Essa é a quarta troca no comando do ministério da saúde, a terceira durante a pandemia de coronavírus. Em abril de 2020, o então ministro Luiz Henrique Mandetta pediu demissão após divergências com Bolsonaro nas diretrizes de combate à doença. Em seu lugar entrou Nelson Teich, que pediu demissão um mês após assumir o cargo, dando lugar ao general da reserva e atual ministro, Eduardo Pazuello.
Marcelo Queiroga aceita a proposta de comandar a pasta da saúde após a recusa da cardiologista, Ludhmila Hajjar, em assumir o ministério. Hajjar era o nome mais cotado para substituir Pazuello, mas as divergências de opiniões com Bolsonaro e seus apoiadores afastaram a possibilidade.
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Saída de Pazuello
Desde que entrou, Eduardo Pazuello é pressionado a apresentar resultados à frente do Ministério da Saúde. Apoiador das ideias do presidente Jair Bolsonaro, Pazuello assinou a orientação da cloroquina como remédio contra à Covid-19, mesmo sem ter a eficácia comprovada.
Por não ser um especialista, Pazuello foi nome rebatido por médicos e políticos. Em meio à pandemia de Covid-19 e em seu momento mais crítico, até então, Bolsonaro optou por nomear um militar para a pasta da saúde. O cargo militar também foi motivo de protestos de parlamentares e especialistas em saúde.
A gestão do atual ministro foi marcada por atrasos na aquisição de vacinas e pelo colapso no sistema de saúde de Manaus, com a falta de oxigênio. Pazuello sempre rebateu as críticas e afirmou ter enviado equipamentos à cidade. No entanto, interlocutores do Ministério da Saúde assumiram saberem da situação dos hospitais manauaras pelo menos três meses antes do colapso, em janeiro deste ano.
Congressistas e governadores cobravam a troca no comando da pasta da saúde. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), era um dos maiores defensores da demissão de Eduardo Pazuello. No entanto, houve resistência da ala ideológica do Planalto, que cedeu após conversas com parlamentares.