A vacina contra a Covid-19
desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca
teve 79% de eficácia na prevenção de casos com sintomas em estudos realizados com mais de 32 mil voluntários nos Estados Unidos, Chile e Peru, informaram os pesquisadores da farmacêutica e da instituição nesta segunda-feira (22).
Além disso, o imunizante
obteve 100% de eficácia em evitar casos graves da doença, ou seja, evitou hospitalizações. A vacina ainda evitou 80% dos episódios sintomáticos nas pessoas com mais de 80 anos e nenhum caso de trombose ou coágulos foram detectados nos voluntários.
O estudo incluiu 32.449 voluntários na fase 3 de testes clínicos, sendo que metade recebeu a vacina AZD 1222 (ou Covidshield) e a outra parte tomou um placebo. Nenhum problema de segurança foi constatado e 141 pessoas contraíram o coronavírus Sars-CoV-2
.
Ainda conforme a farmacêutica e a instituição de ensino, cerca de 20% dos voluntários tinham mais de 65 anos - corrigindo um erro que houve no primeiro estudo clínico, onde ocorreu a demora de inclusão de pessoas nessa faixa etária no Brasil e no Reino Unido
. A ausência de dados robustos entre os idosos fez, inclusive, que alguns países europeus não aprovassem de imediato a aplicação da vacina nesse público.
A nota divulgada pontua também que a "administração da segunda dose com um intervalo mais longo do que quatro semanas pode aumentar a eficácia e acelerar o número de pessoas que podem receber a 1ª dose". Atualmente, no Brasil , é dado um espaço de até 12 semanas entre a aplicação de cada uma das doses com base em estudos preliminares da própria Oxford.
O pesquisador-chefe do teste, Andrew Pollard, ressaltou que "esses resultados são uma grande notícia que mostra a notável eficácia da vacina em uma população nova e são coerentes com os estudos anteriores conduzidos pela Universidade de Oxford
".
"Podemos esperar um impacto forte contra a Covid-19
em todas as idades e para pessoas de qualquer local com o uso difundido da vacina", acrescentou.
A vacina da Oxford/AstraZeneca
já é usada em dezenas de países no mundo e é a primeira a ser distribuída de maneira mais intensa pelo consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde.