O Instituto Butantan vai receber mais 3 milhões de doses do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) entre os dias 6 e 8 de abril. A informação foi dada pelo secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, durante anúncio de liberação de mais 5 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde.
Desde janeiro, o Instituto Butantan já entregou 32,8 milhões de doses para distribuição no país. Até o fim de abril, o total de vacinas fornecidas pelo instituto somará 46 milhões.
O Butantan aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para início dos testes da Butanvac, primeira vacina brasileira. O governador de são Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a expectativa é que a liberação dos testes clínicos ocorra o mais rapidamente possível. Segundo ele, a relação com a Anvisa tem sido constante, positiva e baseada na ciência.
"Estamos confiantes que a análise será feita no menor tempo possível", afirmou.
O governador de São Paulo disse que não falou sobre o uso de tecnologia norte-americana pela Butanvac, anunciada como primeira vacina 100% nacional na última sexta-feira, porque não sabia. E ressaltou que todas as etapas de fabricação serão feitas no Brasil.
Vacinas paulistas
Perguntado se recebeu com surpresa o anúncio de uma segunda vacina brasileira, feita pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, no mesmo dia em que São Paulo divulgou a Butanvac, Doria mandou um recado:
"Acelera ministro!", disse Doria, afirmando que tem muito respeito pelo ministro.
Doria ressaltou, porém, que também essa segunda vacina é de São Paulo, pois está sendo desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto.
"A vacina é da USP de Ribeirão Preto, são recursos de São Paulo, o esforço é de uma universidade de São Paulo. São duas vacinas de São Paulo para o Brasil", disse Doria, acrescentando que quanto mais vacinas houver, melhor para o país.
Internações desaceleram
Neste domingo, o estado registrou mais de 31 mil pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19 em toda rede pública e privada de saúde. A taxa de ocupação dos leitos de UTI ficou em 92%, com 12.911 pacientes. Pela primeira vez desde o dia 17 de fevereiro, as internações em UTI desaceleraram.
Na capital paulista, começa hoje a vacinação de profissionais da saúde que não atuam na linha de frente do combate à doença, profissionais autônomos com mais de 53 anos, trabalhadores do serviço funerário e população de rua. A vacinação de idosos prossegue, agora na faixa de 69 a 71 anos.
O estado de São Paulo já aplicou 4,2 milhões de primeiras doses de vacinas contra o coronavírus. Já foram imunizadas com as duas doses 1,38 milhão de pessoas.