Diante da falta dos medicamentos do chamado kit intubação, hospitais privados do estado de São Paulo tiveram que mudar o protocolo nas UTIs para racionar os medicamentos e evitar a total escassez. As informações são de um levantamento feito pelo Sindicato de Hospitais, Clínicas e Laboratórios no estado de São Paulo.
A pesquisa foi feita entre os dias 5 e 9 de abril e inclui 105 hospitais particulares do estado. O kit intubação é a combinação de medicamentos sedativos para intubar os pacientes que necessitam de auxílio respiratório.
Segundo a pesquisa, 13% dos hospitais particulares do estado tem estoque suficiente para menos de uma semana. Outros 30% tem estoque para uma semana e apenas 2% tem uma quantidade de insumos suficiente para mais de um mês.
Em nota ao portal 'Uol', o sindicato ressaltou que os hospitais estão mudando a composição das drogas para não faltar remédios. "Todos os hospitais estão testando diferentes composições de drogas e dosagens distintas, mas isto se faz sempre que você não consegue manter o ' padrão ouro '", diz o texto enviado ao portal.
O governo estadual enviou ofício ao Ministério da Saúde pedindo medicamentos do kit intubação em 24 horas para repor estoques e evitar um colapso.
"A situação de abastecimento de medicamentos, principalmente daqueles que compõem as classes terapêuticas de bloqueadores neuromusculares e sedativos está gravíssima, isto é, na iminência do colapso, considerando os dados de estoque e consumo atualizado pelos hospitais nesses últimos dias", afirmou à Folha, Jean Gorinchteyn.
Outros problemas
Os hospitais relataram aos pesquisadores também que os principais problemas que enfrentam na pandemia nas unidades de saúde são: a dificuldade de cancelamento de cirurgias eletivas (85%); falta de profissionais (81%); falta de médicos (78%); excesso de pacientes com covid-19 (63%) e afastamento de colaboradores (52%).