Após o ministro da Saúde admitir que há "dificuldades" no fornecimento de vacinas para aplicação da segunda dose da CoronaVac, a secretaria estadual de Saúde disse já ter recebido, extraoficialmente, comunicados de municípios "que não têm mais doses de vacina para aplicação e terão que suspender a vacinação".
Segundo a pasta, "caso ocorra essa suspensão, será temporária até que nova remessa de imunizantes seja enviada pelo Ministério da Saúde para o estado". Entretanto, no mesmo comunicado, a Secretaria estadual de Saúde diz que aguarda informações de Brasília de quando essa distribuição irá ocorrer.
A secretaria de Saúde não respondeu quais foram as cidades que já avisaram que não possuem doses suficientes. Nesta segunda-feira a prefeitura de Nova Iguaçu informou ter suspendido o cronograma por não ter recebido doses "suficientes para suprir a demanda na cidade"
"A secretaria municipal de saúde de Nova Iguaçu marcou o retorno para a segunda dose em 21 dias e não 28 dias, deixando a população coberta dentro do prazo máximo de retorno", diz o comunicado.
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Capital não deve ter suspensão
Segundo o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz, a cidade do Rio tem imunizantes suficientes para a segunda dose da Coronavac. Nos últimos dias a cidade tem recebido pessoas de outros municípios procurando a segunda dose do imunizante, mas pelas regras da prefeitura do Rio, é preciso que o reforço seja aplicado na mesma unidade da primeira dose.
Ele explica ainda que uma diferença pequena de tempo não deve afetar na imunização contra a doença:
"Temos recomendado que o ideal é fazer o mais próximo possível do 28 dia da primeira dose. Estamos explicando para essas pessoas que há uma previsão de entrega regular desses imunizantes para os municípios também, e por isso não podemos gerar pânico", diz Soranz.
Ministro admite 'certa preocupação'
Em uma em sessão da comissão do Senado, o ministro Marcelo Queiroga informou que doses da CoronaVac não serão entregues nesta semana, a previsão é que sejam distribuídas aos estados daqui a dez dias devido ao atraso da entrega o IFA ( Ingrediente Farmacêutico Ativo) ao Butantan pela China. Sem dar detalhes, Queiroga informou que o ministério vai emitir uma nota técnica sobre o assunto. Ele lembrou que há cerca de um mês a pasta liberou a aplicação da segunda dose, e, agora, “há uma certa preocupação”.
"Tem nos causado certa preocupação a CoronaVac, a segunda dose. Há pedidos de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, cerca de um mês atrás foram liberadas as segundas doses para que se aplicassem, e agora, em face do retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose", declarou.