A Academia Brasileira de Ciências e a Academia Nacional de Medicina publicaram, nesta quarta-feira (16), uma nota conjunta reforçando a necessidade do uso constante de máscaras e da aceleração da vacinação no país. A nota é um apelo para que a população evite a propagação do coronavírus e vai contra o parecer do presidente Jair Bolsonaro que pretende desobrigar o uso de máscaras por quem estiver vacinado contra a Covid-19 ou por quem já tiver contraído a doença.
Segundo as instituições, o abandono das máscaras é um ato negacionista, frente às comprovações científicas de sua eficácia.
"Em resposta a muitas dúvidas geradas nos últimos tempos por posturas negacionistas, a Academia Brasileira de Ciências e a Academia Nacional de Medicina reafirmam, mais uma vez, que uma das formas mais eficazes de evitar o contágio pela Covid-19 é o uso constante de máscaras. Faz mais de um ano que repetimos as evidências científicas: as máscaras são fundamentais, mesmo que você tenha sido vacinado ou já tenha sido contaminado pelo coronavírus, pois você pode propagá-lo e até mesmo ser contaminado por novas variantes”, diz o documento.
A Academia Brasileira de Ciências e a Academia Nacional de Medicina reforçaram ainda a necessidade da imunização com a segunda dose da vacina para garantir a eficácia contra casos graves da doença e pediram para que os brasileiros evitem aglomerações.
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“Milhares de mortes poderiam ter sido evitadas, dentre as quase 500 mil vítimas. Precisamos acelerar a vacinação. Faça a sua parte. É fundamental tomar as duas doses da vacina e se "vacinar" também contra a irresponsabilidade e o populismo demagógico. Não compartilhe informações falsas, evite aglomerações, continue usando máscara e exija a vacina!”, conclui a nota.
A afirmação de Bolsonaro sobre o uso de máscaras foi encaminhada ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última quinta-feira (10). O anúncio foi feito durante evento do Ministério do Turismo e, segundo o presidente, o Ministério se comprometeu a realizar um estudo prévio sobre o tema. No entanto, não explicou quando a norma será publicada, nem deu mais detalhes.
Na ocasião, Bolsonaro também criticou medidas restritivas e de lockdown adotadas por governadores e prefeitos, além de voltar a repetir a teoria, sem comprovação científica, de que houve supernotificação de óbitos por Covid-19 no Brasil.