Um estudo feito no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, ligado do Hospital Israelita Albert Einstein, aponta que o medicamento tofacitinibe pode reduzir em 37% a chance de morte ou piora dos quadros de insuficiência respiratória provocados pela infecção pulmonar provocada pela Covid-19.
O Einstein ressalta que, ainda que o estudo seja promissor, o medicamento não foi aprovado ou autorizado para uso por nenhuma agência regulatória do mundo para o tratamento de Covid-19, uma vez que o estudo agora publicado é o primeiro randomizado multicêntrico a avaliar seu impacto no tratamento da doença.
A pesquisa foi realizada pelo Einstein em parceria com a Pfizer, responsável pela produção do medicamento tofacitinibe. Comercializado como Xeljanz, ele é indicado para o tratamento da artrite reumatoide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa.
O estudo foi realizado em um grupo de 289 pacientes adultos internados em 15 centros de tratamento espalhados por todo o país.
De acordo com Einstein, o trabalho foi publicado nesta quarta-feira pela The New England Journal of Medicine, a revista médica de maior impacto do mundo, e apresenta evidências de que a medicação pode se transformar em recurso relevante contra a doença.
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"As respostas de nosso estudo indicam que a utilização do medicamento, quando associado ao tratamento padrão reduz o risco de morte ou de insuficiência respiratória em pacientes hospitalizados com pneumonia por Covid-19 que ainda não estão necessitando de ventilação mecânica ou de ventilação não invasiva", afirma o médico Otavio Berwanger, M.D., Ph.D., Diretor da Academic Research Organization (ARO) do Einstein e chair do Comitê Executivo do estudo.
O médico ainda acrescentou: "Além disto, este estudo representa mais uma prova de que o caminho para buscarmos soluções para esta pandemia e por meio da ciência séria, colaborativa e ética”. Eventos adversos severos foram, de maneira geral, semelhantes entre tofacitinibe e placebo.
Segundo o hospital, a eventual utilização do medicamento no arsenal anti-Covid dependerá de "extensa avaliação de dados por parte dos órgãos reguladores e autoridades de saúde".