A Covid-19
já levou mais de meio milhão de vidas brasileiras.
A população do país é de cerca de 213 milhões de pessoas. É como se a cada 420 brasileiros, aproximadamente, um tivesse sido levado pela doença. Ou como se toda a população do município de Vila Velha, no Espírito Santo, não existisse mais.
Diante de um número tão superlativo, brasileiros vão acumulando perdas, angústias e superações. São muito poucos aqueles que não têm uma pessoa querida que enfrentou a doença. Não é diferente nas redações dos portais de notícias.
Pensando nisso, a equipe do iG
resolveu fazer as suas homenagens. São familiares, amigos, colegas que foram ou são atingidos pela doença. Casos de superação, de luta mas também de tristeza. A tragédia
que o Brasil enfrenta com 500 mil mortes por Covid-19
é coletiva, mas se reflete na vida de cada um de nós. Por isso, registramos, aqui, as nossas homenagens.
Maria de Fátima Faria Area, 65 anos
Esses dias minha mãe me disse, tia, que você levou, ao partir, um pedaço dela: memórias da infância e da adolescência que, sozinha, ela não consegue acessar. Mas eu também percebi que, às vezes, quando ela gargalha bem forte, eu vejo você. Então, sim, você levou um pouco dela, mas também deixou muito de si por aqui. Não só com a minha mãe, mas com todos que puderam conhecer a sua força, luz, vontade de viver, amor e alegria imensurável. Que honra ter convivido com você e hoje poder ter a sorte de perceber, nos detalhes, o bonito legado que deixou.
Dimitria Coutinho, repórter de Tecnologia
Antônio José de Faria, 80 anos
Alegria de viver: era isso que o senhor exalava para qualquer um que o conhecesse. Eu sempre disse e continuarei dizendo, tio, que quero envelhecer como o senhor, com muita disposição. Disposição para ajudar, ouvir, cuidar, aconselhar e, principalmente, para viver. O senhor partiu, mas sua sabedoria e alegria estarão sempre vivas em nós.
Dimitria Coutinho, repórter de Tecnologia
Dandara Carvalho Moreira, 27 anos
Dandara: a “rainha guerreira”. Teu nome traduz perfeitamente a força e a garra que já conheço desde a infância. Na pandemia, você - que já surpreendia a todos por ser multitarefa e impecável em tudo o que faz - mostrou que é ainda mais. Dedicada, competente, inquieta, incansável… O coração aperta todos os dias, mas te ver fazendo a diferença na linha de frente é motivo de orgulho pra mim e pra muita gente. Você e seu trabalho mudam vidas! Todo o meu carinho, reconhecimento e gratidão. Obrigada por tudo. Te amo, amiga-irmã!
Naiana Ribeiro, editora de Home
Você viu?
Daniel Messeder, 39 anos
Um dos jornalistas automotivos mais competentes da minha geração também acabou sendo uma das vítimas do novo coronavírus. Conhecia o Daniel Messeder há 20 anos, quando ele começou a trabalhar na revista 4x4 e Cia. Ele sempre teve aquela inquietude de um bom repórter, procurando dar informações precisas, muitas vezes exclusivas e com muito talento para escrever. Era um dos poucos que faziam matérias diversas, incluindo vídeos, segredos, análises, tanto sobre o setor de carros quanto de motos. Fomos colegas de redação na Autoesporte e sempre nos encontrávamos em eventos. É mais uma vida interrompida prematuramente, aos 39 anos, ainda com muita disposição. Já faz bastante falta como profissional, marido e pai do pequeno Enzo. Uma tragédia incompreensível e inaceitável.
Carlos Guimarães, editor de Carros
Zélia da Silva Pizarro, 76 anos
No próximo dia de São João, 24 de junho, você completaria 77 anos, mãe. Esse ano não vai torta de palmito, nem canjica, e eu ainda me pergunto como, desde dezembro de 2020, o mundo consegue continuar rodando sem você. Quis o destino que no mesmo dia 24 fosse marcado para iniciar a vacinação contra a Covid-19 da minha faixa etária na cidade de São Paulo. Imagino que seja coisa sua, de onde estiver, dando um jeito de me proteger e me consolar, como você sempre fez. Nesse primeiro aniversário sem sua presença física, mãe, minha maior certeza é essa: continuamos juntas, conectadas, para sempre.
Ludmila Pizarro, editora de Hard News
Professoras do Colégio Onis
As professoras de ensino básico, apesar de sofrerem inúmeros assédios por serem professoras, mostraram na pandemia que são mais que pessoas que ensinam os pequenos. Mostraram que são fortalezas, enfrentando a pandemia com maestria. Faço esta homenagem a Cida, Adriana, Milena, Claudia e Gabriele e toda a equipe do Colégio Onis - onde estudei por 12 anos e minha mãe trabalhou por 15 - que mesmo em meio a uma pandemia, trabalharam como nunca para trazer educação aos lares de dezenas de crianças, alfabetizando e ensinado seja à distância, seja de forma híbrida ou presencial. Tudo o que é necessário para que uma criança tenha a formação garantida.Inclusive, destaco a força da professora Cida, que ao perder o marido para um câncer durante 2020, teve forças para enfrentar a pandemia sozinha e de frente. Contaminada pela Covid-19 e se recuperando bravamente, ela segue coordenando alunos, auxiliando professores e trazendo sempre um alento para pais e alunos que não viam esperança de um fim da pandemia.
Luiza Lemos, repórter de Gente e Delas