500 mil mortes. O número que o Brasil alcançou por conta da pandemia de Covid-19 parece já não causar tanto impacto quanto antes. Afinal, não faz muito tempo que o país lamentava as 400 mil mortes e, pouco tempo antes, 300 mil.
O tempo entre um marco e outro da doença parece estar cada vez menor. Para o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, o número de mortes sempre alto está diretamente relacionado aos intervalos tão curtos entre as 100 mil mortes.
“À medida que a pandemia avançava, você ia acumulando os mesmos 100 mil casos em intervalos menores (...) nós estamos com registros de casos ainda superiores ao da primeira onda, então os números estão muito altos e, provavelmente, vamos acumular mais 100 mil se não baixarmos essa curva”, avalia Kfouri.
“O que nós temos que fazer nós já sabemos: vacinar o mais rápido possível um número maior de pessoas, com coberturas vacinais adequadas com as duas doses. E para aqueles que ainda não se vacinaram, o distanciamento, o uso de máscaras (...) isso tem sido a vacina para boa parte da população brasileira”, acrescenta.
Linha do tempo
A primeira morte por Covid-19 no Brasil, segundo levantamento da universidade americana Johns Hopkins, foi registrada no dia 25 de fevereiro de 2020. 143 dias depois, o país já registraria a marca das primeiras 100 mil mortes, no dia 8 de agosto.
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O ano de 2021 mal tinha começado e a notícia foi divulgada: Brasil chega a 200 mil mortes por Covid-19. Os números foram alcançados no dia 7 de janeiro de 2021, ou seja, cerca de 5 meses após os 100 mil.
Após a marca de 200 mil, o país começou a experienciar um tempo menor para atingir 100 mil mortes. Foi assim que, no dia 24 de março de 2021, o Brasil chegou ao número de 300 mil mortes. Ou seja, menos de 3 meses depois (76 dias), o país pulou de 200 para 300.
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E a situação ficou ainda mais rápida, quando no dia 29 de abril, pouco mais de um mês depois (36 dias), as 400 mil mortes chegaram.
Por fim, o Brasil bateu a marca de 500 mil com a última atualização. Apenas 51 dias separaram o número de 400 de 500. A diminuição do tempo entre um marco e outro se deu, principalmente, pelo aumento na média diária de óbitos.
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Em alguns momentos da pandemia, o país chegou a ficar com uma média de 3 mil óbitos por dia. Depois o número se estabilizou e ficou na casa das 2 mil vidas perdidas ao dia, o que ajuda a entender a rapidez com que as estatísticas são infladas.
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Para o médico especialista em epidemiologia, José Geraldo, concorda que apenas um bom ritmo vacinal pode fazer com que os números sejam desacelerados e o ritmo de infecção diminua, mas alerta que a vacina não torna a pessoa invulnerável.
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“Nós temos a esperança que, com o aumento da cobertura vacinal, haja a diminuição no numero de casos e mortes (...) mas alguns países antes, de obterem o controle, tiveram um aumento de casos, principalmente depois da 1ª dose. Eles atribuem a isso a falta sensação de segurança de quem se vacinou”, afirmou o especialista.
1 milhão de mortos?
José Geraldo afirmou que espera que o país não chegue a esse número de 1 milhão de mortos pela Covid-19, mas disse que é possível caso o ritmo de vacinação não seja o adequado. “Eu espero, sinceramente, que a gente não chegue a 1 milhão de mortos. Eu tenho esperança que nesse segundo semestre, com a chegada de mais vacinas da Pfizer, a produção local da AstraZeneca, além da produção da CoronaVac, a gente freie a pandemia”.