Autoridades de todo o mundo devem considerar como vacinadas, para viagens e reuniões, pessoas que tenha usado qualquer imunizante aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ou os principais órgãos reguladores, segundo declaração da iniciativa global Covax, divulgada nesta quinta-feira (1).
O posicionamento coincide com a entrada em vigor do certificado conhecido como "passaporte de imunidade" nos 27 países da União Europeia mais Suíça, Liechtenstein, Islândia e Noruega.
No entanto, em decisão criticada por muitos países, principalmente na África, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) não reconhece pessoas vacinadas com doses do imunizante de Oxford/AstraZeneca fabricadas na Índia. A EMA estima que existam possíveis "diferenças" na sua fabricação.
O imunizante produzido pelo Instituto Serum, na Índia, também é utilizado no Brasil. Os países da UE também não são obrigados a aceitar pessoas imunizadas com a CoronaVac. Alguns brasileiros, que desejam fazer viagens internacionais, têm rejeitado a vacina por sua não aceitação.
Para os parceiros da Covax, qualquer medida que só permita que pessoas protegidas com algumas das vacinas aprovadas pela OMS se beneficiem da reabertura para viagens "criaria um sistema de duas velocidades", exacerbando as desigualdades "que já temos visto na distribuição de vacinas contra a Covid-19", informa o comunicado.
O programa Covax é uma parceria entre a OMS, a aliança de vacinas Gavi e a Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi). Segundo a iniciativa, essas ações abalariam ainda mais a já frágil confiança nas vacinas contra a Covid-19.
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As entregas realizadas pelo sistema Covax se basearam principalmente na vacina da AstraZeneca fabricada pelo Instituto Serum, que não é reconhecida pela EMA.
Os países da UE são obrigados a aceitar em seus territórios viajantes vacinados com os quatro imunizantes autorizados pelo bloco: Pfizer/BioNTech, Moderna, Oxford/AstraZeneca e Johnson & Johnson.
No entanto, os membros podem, mas não são obrigados a admitir pessoas vacinadas com imunizantes autorizados em alguns países da UE (como a Sputnik V usada pela Hungria), ou aprovados pela OMS, como a CoronaVac e a vacina da AstraZeneca produzida na Índia.
A OMS concedeu aprovação de uso emergencial para as vacinas da Pfizer/BioNTech, as vacinas da AstraZeneca fabricadas na Índia e Coreia do Sul, CoronaVac, Johnson & Johnson, Moderna e Sinopharm.