O Conselho Nacional de Secretários de Saúde ( Conass ) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde ( Conasems ) afirmaram em nota nesta sexta-feira, 2, que vão investigar todos os relatos de vacinas da AstraZeneca contra a Covid-19 aplicadas fora do prazo de validade.
De acordo com as entidades, os casos identificados com possíveis irregularidades correspondem a 0,0026% do total, ou cerca de 1 a cada 40 mil.
Em nota, o Conass e Conasems afirmam que não está descartada a possibilidade de erro no sistema que registra as datas de aplicação dos imunizantes e destacam que a plataforma do Ministério da Saúde apresenta instabilidades desde o início da campanha de vacinação .
"Por fim, ressaltamos que todos os profissionais destacados pelos municípios para aplicação das vacinas adotam as boas práticas de vacinação, dentre as quais, a checagem do prazo de validade", conclui o texto.
Caso de vacinas vencidas
De acordo com levantamento do jornal, as doses vencidas foram aplicadas em pelo menos 1.532 municípios do país, sendo as cidades que mais aplicaram: Maringá (PR), Belém (PA), São Paulo (SP), Nilópolis (RJ) e Salvador (BA).
O uso de doses vencidas pode prejudicar a eficácia da imunização. Em caso de aplicação de vacina fora do prazo de validade é preciso procurar um posto de saúde, com sua carteira de vacinação, para registro do erro vacinal e receber orientações. Segundo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, quem tomou imunizante fora da validade precisa se revacinar pelo menos 28 dias depois de ter recebido a dose aplicada erroneamente.
Mais da metade (57%) das doses aplicadas neste ano no Brasil foram da AstraZeneca. Vale lembrar que a grande maioria foi utilizada de acordo com as orientações do fabricante — ou seja, dentro da validade estabelecida.