O governo do Paraguai anunciou que viajantes vindos do Brasil e dos Estados Unidos precisarão fazer uma quarentena de sete dias na chegada ao país, em uma ação emergencial para evitar a entrada da variante Delta em solo paraguaio.
De acordo com a nova resolução do Ministério da Saúde, os viajantes deverão realizar a quarentena em hotéis ou no endereço apontado para a permanência no país. Deve ainda ser apresentado um teste negativo para a doença no momento da entrada em solo paraguaio, além de uma nova testagem ao final do período de quarentena — em caso de infecção, o isolamento será ampliado por mais sete dias.
A medida não será aplicada a passageiros vindos de outros países e que permaneceram em solo brasileiro ou americano por menos de 24 horas. Ela se soma à exigência de seguro médico exigido de todos os turistas que não tenham residência permanente em um dos países do Mercosul.
Até o momento, o Paraguai acumula cerca de 428 mil infecções e 13,4 mil mortes desde o início da pandemia. Há alguns dias, o país enfrentou um pico de casos, o que levou o sistema de saúde ao colapso, com falta de oxigênio e leitos de UTI. Hoje, a média móvel de casos está em torno de 1,5 mil — no final de junho, o número se aproximou de 3 mil. O número de mortes diárias segue elevado, acima de 100 desde o final de maio.
A gestão da pandemia no Paraguai chegou a ser elogiada em seus estágios iniciais, combinando um maior controle nas fronteiras com ações duras de isolamento social. Mas o afrouxamento das medidas acabou levando a uma alta nas infecções, e a crise sanitária, associada a denúncias de corrupção, quase derrubou o presidente Mario Abdo Benítez.
Outro ponto de questionamento é o baixo número de vacinas aplicadas: apenas 820 mil pessoas foram imunizadas com ao menos uma dose, equivalente a menos de 10% da população do país e cerca de 12% dos adultos aptos a serem vacinados.
Segundo o ministro da Saúde, Julio Borba, o objetivo é vacinar 500 mil pessoas em julho. Para ajudar nos esforços, o governo dos EUA anunciou, no mês passado, a doação de um milhão de doses ao país de 7 milhões de habitantes.