A Pfizer e a BioNTech anunciaram que estão desenvolvendo uma versão da vacina contra a Covid-19 que tem como alvo a Delta, variante altamente contagiosa descoberta na Índia, que se espalhou por quase 100 países e já foi identificada no Brasil. As empresas esperam iniciar os testes clínicos do imunizante em agosto.
O anúncio foi feito na quinta-feira. As empresas também relataram resultados promissores de estudos com pessoas que receberam uma terceira dose da vacina original da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19.
Um reforço dado seis meses após a segunda dose do imunizante aumenta a potência dos anticorpos contra o vírus original e a variante Beta, com origem na África do Sul, em cinco a dez vezes, disseram as empresas.
A eficácia da vacina da Pfizer pode diminuir seis meses após a imunização, disseram as fabricantes em um comunicado à imprensa, e doses de reforço podem ser necessárias para evitar variantes do coronavírus.
Mas as afirmações das empresas contradizem outras pesquisas, e vários especialistas contestaram a alegação de que serão necessários reforços.
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Os dados não foram publicados nem revisados por pares, ou seja, outros cientistas. A Pfizer e BioNTech disseram que esperavam apresentar suas descobertas à autoridade da vigilância sanitária dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), nas próximas semanas, um passo para obter autorização para a aplicação de doses de reforço.
"Não há realmente nenhuma indicação para um terceiro reforço ou terceira dose de uma vacina de mRNA, dadas as variantes que temos circulando no momento. Na verdade, muitos de nós questionamos se algum dia você precisará de reforços", disse Céline Gounder, especialista em doenças infecciosas do Centro Hospitalar Bellevue em Nova York.