João Doria
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João Doria

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) afirma que "não dá para entender" o anúncio do governo de São Paulo deste domingo (11) de que irá começar a vacinar adolescentes no final de agosto . Por enquanto, o Ministério da Saúde ainda não liberou a vacinação contra a Covid-19 para esta faixa etária.

"É o tipo da informação que não vai ajudar em absolutamente nada. Por isso que talvez seja informação só de cunho político", diz Juarez Cunha, presidente da SBIm, em entrevista ao Uol. "É algo que vai acontecer daqui a um mês e meio. Por que anunciar agora?", questiona.

Neste momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) já aprovou a vacina da Pfizer para adolescentes entre 12 e 17 anos. O Ministério da Saúde, porém, afirma que o tema "está em discussão" e, por enquanto, esse público não pode ser imunizado contra a Covid-19.

Juarez Cunha acredita que o governo de João Doria deveria ter esperado um posicionamento do Programa Nacional de Imunização (PNI) antes de anunciar a novidade. "Você anunciar isso acaba gerando um desconforto até para o próprio PNI e para os outros estados que não anunciaram. A gente acaba tendo uma politização", avalia. "Acho que é fundamental uma posição do PNI junto com os estados, não uma posição individual de cada estado", continua.

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"O que vai acontecer agora? Todos os estados vão querer anunciar a mesma coisa ou forçar o PNI a anunciar isso", prevê o presidente da SBIm.

SBIm acredita em estratégia única

Além do estado de São Paulo, a cidade do Rio de Janeiro , do prefeito Eduardo Paes , já anunciou no mês passado o calendário de imunização de adolescentes. O presidente da SBIm diz que a entidade projeta que a vacinação dessa faixa etária deve começar em meados de setembro, e que todos devem ser imunizados ainda este ano.

Apesar disso, porém, ele acredita que anúncios como o de São Paulo e do Rio atrapalham a comunicação única sobre a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. "Quando tem informações que são diferentes do que o PNI preconiza, só se traz mais desconfiança para a população. Acho que a gente tem que ter uma estratégia única e que seja respeitada por todos", afirma.

"Isso acaba gerando um ruído porque são notícias que circulam por todo o país. E você tem diferentes decisões dos diferentes estados. Isso atrapalha a campanha. É sempre muito ruim quando algum estado faz uma orientação diferente do que o PNI está fazendo", conclui Juarez Cunha.

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