Há alguns meses, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), agência de pesquisa em saúde dos Estados Unidos, encorajou as pessoas completamente vacinadas a abandonar o uso de máscara. A declaração trouxe polêmica e diversas dúvidas, principalmente com a propagação de novas variantes do coronavírus. Entende-se, porém, que a taxa de vacinação local deve ser considerada.
O que tem causado maior preocupação é a variante Delta, uma cepa do coronavírus descoberta na Índia, em outubro de 2020. Os estudos indicam que ela é mais transmissível e potencialmente mais perigosa do que outras versões do vírus. Significa que essa variante carrega mais carga viral, tornando-a propensa a infectar mais pessoas.
A nova variante, que já se espalhou em larga escada no Reino Unido, representa hoje mais da metade dos novos casos nos Estados Unidos, onde a vacinação ocorre de maneira desequilibrada entre as regiões: os estados do sul, por exemplo, apresenta menor índice.
Casos de Covid-19 pela variante Delta também já foram registrados no Brasil.
Segundo a CNN, a rápida propagação da variante e o baixo índice de vacinação em muitas localidades requer máxima atenção. O cenário levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as autoridades de cidades como Los Angeles reforçarem a necessidade de usar máscara, ainda que você esteja totalmente imunizado.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças, entretanto, discorda da decisão generalizada e mantém o parecer de dispensa do uso de máscara para as pessoas imunizadas, exceto em locais como transporte público e hospitais.
Máscara: usar ou não usar?
Para esclarecer a confusão, a Dra. Leana Wen, da Universidade George Washington, afirma que o nível de infecção por coronavírus e a taxa de vacinação da comunidade em que se vive é determinante para responder a questão.
Mas por que estamos falando sobre máscaras de novo, quando as vacinas deveriam ser suficientes? Conforme a especialista, as vacinas realmente funcionam e as áreas em que a vacinação está mais avançada tendem a ter níveis baixos de infecção e vice-versa.
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Assim sendo, o risco é maior em localidades onde não há um bom planejamento de imunização, por diferentes motivos. Nesse caso, pessoas vacinadas e não vacinadas devem manter a máscara.
Ademais, a médica afirma que nenhuma vacina funciona 100% do tempo. Elas reduzem a chance de transmissão, protegem contra formas mais graves da doença, mas não impedem a pessoa de contrair o vírus. É por isso que se recomenda o uso da máscara.
“Se você mora em uma área onde mais de 80% dos adultos são vacinados e as taxas de Covid-19 são muito baixas, suas chances de encontrar uma pessoa infectada não vacinada são bastante reduzidas”, diz.
A questão é simples: a chance de ser infectado por uma pessoa vacinada, se você também for vacinado, é virtualmente zero. No entanto, enquanto a imunização em grande escala não ocorrer em sua comunidade, a máscara é recomendada. No caso de pessoas não imunizadas, a máscara continua obrigatória.
Vale ainda lembrar que as máscaras são indiscutivelmente necessárias em alguns ambientes onde não se pode presumir a origem ou a situação imune das pessoas, como aeroportos e hospitais, mesmo que o seu país ou região esteja em estágio avançado de vacinação.