Natalia Pasternak disse, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (19), que as respostas dos estudos sobre uma terceira dose da AstraZeneca contra a Covid-19 serão necessárias apenas futuramente. "Ninguém está dizendo que a terceira dose será necessária, ninguém falou em mudar o regime de doses", afirmou a microbiologista.
Nesta segunda a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a realização de um estudo clínico para avaliar a segurança, eficácia e imunogenicidade de uma dose de reforço da vacina da AstraZeneca. Farão parte da pesquisa os participantes do estudo inicial que já haviam recebido as duas doses do imunizante com um intervalo de quatro semanas entre elas.
"O regime de doses continua sendo de duas doses. Existe um estudo para uma possível dose de reforço depois de um ano para avaliar a manutenção de memória imunológica", esclareceu Pasternak.
"São respostas que vão ser necessárias no futuro, mas não tem nenhum indicativo até agora de que seja necessária uma terceira dose para que as pessoas estejam protegidas", continuou a especialista.
Ela ainda ressaltou que o estudo não significa que as vacinas não estejam funcionando. "Todos os estudos recentemente publicados com pacientes que já tiveram com Covid-19 e pacientes vacinados mostram que existe uma grande probabilidade tanto das vacinas como da própria doença gerarem uma memória imune de longa duração", disse a microbiologista.
"Tudo indica que vamos ter uma memória longa, agora se vai precisar ou não de reforço, nós realmente precisamos desses estudos para averiguar essa hipótese, sem cair no desespero de que a vacina não está funcionando", finalizou.