É verdade que a vacina da Pfizer aumenta os seios?
Matheus Barros
É verdade que a vacina da Pfizer aumenta os seios?


No último fim de semana,  Emma, 17 anos, viralizou nas redes sociais após compartilhar um vídeo dizendo ter notado o crescimento dos seios após a vacina da Pfizer. À NRK, a jovem, que mora em Oslo, na Noruega, disse que precisou até comprar novos sutiãs após a imunização. Ao iG Saúde, especialistas explicam que isso é um efeito colateral que pode ocorrer com qualquer vacina, mas que é passageiro.

"O aumento do volume mamário pode acontecer em qualquer reação imunológica. Nós temos a cadeia linfática que percorre todo nosso corpo acompanhando os vasos sanguíneos, que são responsáveis pela produção de substâncias que nos protegem. Então toda vez que a gente tem uma infecção, a gente aciona o nosso sistema linfático, que vai produzir nossas células de defesa", explica Adriana de Góes, médica ginecologista obstetra.

Ao tomar a vacina, as células de defesa de Emma foram acionadas, causando o aumento dos gânglios linfáticos, também conhecido como íngua. "O fato de ter aumentado a mama pode estar relacionada, então, a ganho de peso ou a essa reação imunológica que é pela produção de células de defesa", afirma Adriana.

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A ginecologista e obstetra Helena Albuquerque explica que as axilas têm muitos destes gânglios linfáticos. "Isso faz com que a mama seja projetada para frente quando eles estão maiores", explica. Helena também afirma que talvez a vacina da Pfizer de fato cause mais deste efeito devido à sua alta eficácia, o que provoca uma maior resposta imunológica do corpo.

O aumento do volume mamario, se decorrente desta resposta, é temporário e pode acontecer também com outras marcas de vacinas, mesmo que não sejam contra a Covid-19. Adriana afirma que esta reação não significa que a vacina cause qualquer risco à saúde das mamas. 

A mastologista Renata Tassis reforça que as vacinas não oferecem riscos e cita estudos segundo os quais pode ocorrer um aumento dos linfonodos axilares, um evento raro que acomete até 10% das pessoas que tomam uma vacina [qualquer uma, não apenas contra a Covid-19].

"Em relação às mamas em si, não há estudos que comprovem que as vacinas são capazes de fazer isso", explica Renata, que afirma que o aumento dos linfonodos axilares é um efeito colateral reversível. 

Fernanda Barbosa, mastologista e especialista na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças da mama, reafirma que as vacinas são seguras e não causam câncer de mama, por exemplo.

A Sociedade Brasileira de Mastologia, inclusive, recomenda que exames de rotina, como a mamografia e ultrassom das mamas,  sejam feitos quatro semanas após a vacinação, para que o processo inflamatório de reação ao imunizante não acuse alguma alteração, como um tumor ou câncer.

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