Adolescente recebe a vacina contra Covid-19 em Manaus
Camila Batista / Semsa
Adolescente recebe a vacina contra Covid-19 em Manaus

covid-19  causou danos à saúde mental dos brasileiros, e no primeiro dia do Setembro Amarelo, mês dedicado ao tema, uma pesquisa revelou que os jovens de 18 a 24 anos foram os mais afetados pela realidade adotada desde que a pandemia foi decretada ainda em 2020.

O levantamento feito pelo Ipec - Inteligência em Pesquisa e Consultoria à pedido da Pfizer Brasil apontou que 39% dos entrevistados classificaram sua saúde mental como ruim, e 11% como muito ruim. O percentual está acima da média geral, de 5% a 25%. A pesquisa online foi feita durante o mês de agosto com homens e mulheres com 18 anos ou mais em São Paulo e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador.

Entre jovens e adultos, 42% relataram a tristeza como sentimento em comum. A insônia atinge 38%; 36% relatam angústia e/ou medo, e 21%, crises de choro.

Ajuda profissional

Parte dos entrevistados recorreram ao atendimento profissional para lidar com os sintomas (21%). A ansiedade e a depressão lideram a lista dos diagnósticos recorrentes nesse período. Condições mais graves, como síndrome do pânico e fobia social também apareceram nas respostas.

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Quase metade das pessoas (46%) afirmam que conhecem alguém diagnosticado com algum problema relacionado à saúde mental durante a pandemia.

Pesquisador do departamento de Psiquiatria da UNIFESP e psiquiatra do SHPE/IAMSPE, o Dr. Michel Haddad aponta que os dados apontam para uma "escalada assustadora dos agravos à saúde mental que vêm ocorrendo nas últimas décadas, e que foi alavancada pela pandemia da Covid-19".

"Esses índices colocam as estratégias para ampliação dos cuidados em saúde mental como prioridade inegável. Devemos concentrar esforços para oferecer diagnósticos mais precoces e tratamentos adequados. Mais do que isso, devemos desenvolver e implementar ações efetivas de prevenção. Essas ações são de responsabilidade não só do poder público e das entidades dos profissionais ligados a saúde mental, mas também de toda a comunidade, começando pela diminuição do estigma relacionado aos transtornos mentais", diz.

Crise e questões financeiras agravam a situação

Mesmo que 79% apontem a pandemia como maior fator de impacto na saúde mental, outros fatores também preocupam o brasileiro, como, claro, a situação financeira em meio à crise. O acúmulo de dívidas e o desemprego foi mencionado por 23% das pessoas, principalmente na faixa etária de 18 a 44 anos.

O medo de contrair a covid-19 preocupa a 18% dos respondentes, e 12% temem que a morte de pessoas próximas. Os últimos três aspectos foram citados majoritariamente por mulheres.

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