O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu nesta quarta-feira a aplicação da terceira dose da vacina contra Covid-19 com imunizantes da Pfizer e AstraZeneca. Sem citar a CoronaVac, ele afirmou que o imunizante com vírus inativado, como o produzido pelo Instituto Butantan, tem efetividade abaixo de 30% para quem tem mais de 90 anos, por exemplo.
"Aqueles indivíduos acima de 70 anos, os nonagenários têm uma efetividade de vacina muito baixa, sobretudo em relação à imunizante que tem a tecnologia do vírus inativado. Chega nos indivíduos nonagenários a efetividade ser abaixo de 30%. Essas pessoas não estão protegidas e requer uma terceira dose", disse Queiroga em audiência pública no Senado.
A terceira dose já começou a ser aplicada em várias capitais do país. Queiroga negou aos senadores estar retirando a CoronaVac do programa de vacinação.
"Nós não fazemos política na saúde, fazemos política de saúde (…) Nós queremos que a CoronaVac tenha seus dados apresentados à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) de maneira definitiva", afirmou.
Você viu?
Nesse primeiro momento, o governo defende a a vacinação de idosos a partir de 70anos e pessoas imunocomprometidas, como pacientes com câncer, HIV ou que passaram por transplante.
Na avaliação da Organização Mundial de Saúde (OMS), a prioridade deve ser dada a nações que registram índices de 1% a 2% de imunização. A entidade classificou a estratégia da dose de reforço neste momento como “um erro”. Na avaliação do ministro, não há “comprometimento ético”.
"Eu não vejo nenhum comprometimento ético em relação à aplicação da terceira dose, acho que estamos fazendo isso aqui baseado em critérios técnicos e de especialistas."
Na audiência, o ministro reforçou pedido para que estados e município cumpram as orientações do ministério. Ele citou, por exemplo, que a pasta orientou que a dose de reforço seja feita a partir do dia 15 de setembro, mas já está sendo aplicada. No caso de vacinação em adolescentes, alertou que apenas o imunizante da Pfizer tem indicação em sua bula para aplicação
"Se cada um dos 5.070 municípios do Brasil quiserem fazer seu próprio esquema de vacinação, o Ministério da Saúde não tem como entregar doses, não tem. Porque nós temos uma organização de entrega, isso tem que ser feito de maneira organizada", afirmou Queiroga, completando: "O Ministério da Saúde só entra com ônus, o tempo inteiro."
Queiroga afirmou que os óbitos têm caído de “maneira sustentável” resultando em um melhor cenário epidemiológico apesar da variante Delta já ter transmissão comunitária no país.