Com a reabertura das escolas e a taxa de vacinação baixa da população, os casos de crianças contaminadas pela Covid-19 nos Estados Unidos atingiram um recorde alarmante. Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), casos pediátricos já representam 26,8% dos novos registros da doença no país, cuja variante predominante é a Delta, altamente contagiosa.
Esse é o maior número atingido desde o início da pandemia, segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP). Foram cerca de 252 mil novos registros apenas na semana passada, e mais de 750 mil casos adicionados entre 5 de agosto e 2 de setembro.
Vale lembrar que, há pouco mais de um mês, a AAP reportou que as crianças representavam 15,1% do total de casos acumulados no país, com aproximadamente cinco milhões ao todo.
Em geral, os estados americanos consideram dados para esse levantamento o número de indivíduos com idade entre 0 até 19 anos. O Tennessee, a Virgínia e a Carolina do Sul, porém, ainda incluem jovens de 20 anos na conta.
A taxa de hospitalizações também aumentou significativamente, cerca de três vezes maior do que o número observado durante o inverno no hemisfério norte. Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a média diária de pacientes pediátricos admitidos em hospitais entre agosto e setembro foi de 369.
Relatórios do CDC mostram que, apesar de mais raras, as mortes infantis também registram um aumento recente, preocupando as autoridades americanas. Sobretudo porque ainda não há indicação de quando haverá vacina disponível para os meninos e meninas com idade inferior a 12 anos.
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Os Estados Unidos autorizaram a vacinação de adolescentes de 12 a 15 anos de idade com o imunizante da Pfizer. No entanto, um levantamento da Mayo Clinic apontou que apenas 18,8% dos americanos menores de idade já receberam uma dose da vacina, contra 14,6% dos que já completaram o esquema vacinal.
No Brasil, a vacinação de menores de idade também ocorre somente para os maiores de 12 anos com o imunizante da Pfizer. O Instituto Butantan — responsável pela operacionalização da vacina CoronaVac no Brasil — chegou a pedir autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicar o imunizante em brasileiros com idade superior a 3 anos de idade. Os técnicos da reguladora, porém, informaram que os dados para a solicitação eram insuficientes.
Pediatras e especialistas em imunização, contudo, acreditam que — tão logo os pesquisadores consigam mais evidências do uso dessa vacina em crianças — ela figurará como uma boa opção para esse público, por conta de seus baixíssimos efeitos adversos relacionados.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde, os brasileiros de 0 a 19 anos correspondem a 1,5% dos casos totais de Covid-19 contabilizados entre 22 e 28 de agosto.