O governador de São Paulo, João Dória, anunciou hoje que não vai interromper a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades no Estado. A decisão foi anunciada após o Ministério da Saúde divulgar uma nota técnica restringindo a imunização desse grupo aos jovens com comorbidades, deficiência permanente ou privados da liberdade.
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga argumentou que a "Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda" a vacinação, quando, na verdade, a orientação é de que a vacinação é apenas "menos urgente", já que alguns países do mundo ainda engatinham na vacinação.
Leia Também
Pelo Twitter, o Doria afirmou que cerca de 72% desse público já tomou a 1ª dose da vacina. "A decisão do Ministro da Saúde causa apreensão e insegurança em milhões de adolescentes e suas famílias", disse.
Mais cedo, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou uma nota criticando a decisão de Queiroga.
"O Governo de São Paulo lamenta a decisão do Ministério da Saúde, que vai na contramão de autoridades sanitárias de outros países. A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações", diz o texto.
"Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público", completa.
Decisão na Capital
Pouco tempo antes do anúncio do governador, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo informou que já aplicou 712.499 primeiras doses em adolescentes, quantidade que representa 84,5% desta população, estimada em 844.073 pessoas. Restam, portanto, 15% para atingir a totalidade da cobertura vacinal.
A pasta afirma ainda que as doses destinadas a esse grupo já estão reservadas, e a aplicação não comprometerá o calendário geral de vacinação no município. A segunda dose, chamada D2, também será aplicada normalmente.