O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta segunda-feira os passaportes sanitários e disse que "não se pode perseguir quem quer que seja por não ter tomado vacina". Bolsonaro citou dados descontextualizados para colocar em dúvida a eficácia das vacinas, asseguradas por diversos estudos.
"Eu tenho poder, por decreto, (para) exigir o passaporte da vacina, mas não farei isso, porque a nossa liberdade está acima de tudo", disse Bolsonaro, durante evento em São Roque de Minas (MG). "Não se pode perseguir quem quer que seja por não ter tomado vacina. Temos alguns estados que estão com essa sanha, exigir a carteira de vacinação para poder frequentar um ou outro local."
Bolsonaro afirmou, de forma equivocada, que as vacinas são "experimentais". Todos os imunizantes aplicados no Brasil passaram por diversas etapas de testes para terem sua eficácia e segurança garantidas, e tiveram que passar pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O presidente também citou casos de pessoas vacinas que contraíram a doença — como os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) — ou que faleceram, como o ex-secretário de Estado dos Estados Unidos Colin Powell, que faleceu nesta segunda-feira.
Leia Também
Apesar de ter ter a imunização completa contra a Covid-19, Powell tinha mieloma múltiplo, um tipo de câncer nas células plasmáticas que compromete o sistema autoimune, deixando o paciente mais vulnerável a infecções. Nos outros casos citados por Bolsonaro, a vacina não protege completamente contra infecções, mas diminui os sintomas.
"Deixar bem claro para vocês, o nosso ministro Queiroga estava vacinado e contraiu o vírus. Assim a Tereza Cristina, assim meu filho Eduardo. Assim tanta e tanta gente. Assim como o ex-chefe de Estado norte-americano Colin Powell, vacinado com a Janssen ou com a Moderna, acabou de falecer por Covid. Essa questão do Covid é uma grande interrogação."