O uso obrigatório das máscaras para proteção contra a Covid-19 pode estar com seus dias contatos em ambientes abertos na cidade do Rio. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que a expectativa é de que o item deixe de ser exigido a partir da terça-feira da próxima semana (26). Nesta data é previsto que o município alcance a marca de 65% da população com imunização completa contra a Covid-19 — o percentual, hoje, está em 60%.
"A nossa expectativa é que aconteça na próxima terça-feira, daqui a uma semana. A gente espera estar vacinando, mais ou menos, 0,7 por dia de vacinação. Então, na próxima terça-feira isso já deve acontecer. É a segunda etapa do nosso processo de reabertura, quando a gente vai poder liberar máscaras em locais abertos. É importante a gente ter cautela, que a gente vá com segurança, que vá acompanhando sempre muito de perto os números para que a gente possa dar mais segurança para a população para esse processo de retomada. Cada dia mais a gente tem mais segurança das nossas medidas de abertura, cada dia mais a gente pode voltar um pouquinho mais a viver com normalidade", disse Soranz, em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo, nesta segunda-feira.
Segundo o secretário, uma série de dados são analisados para que a prefeitura flexibilize, gradativamente, as medidas contra a Covid-19. Entre os números acompanhados está a média móvel de casos e as internações pela doença. Neste domingo, ele afirmou que o "Rio tem o menor número de pacientes internados por Covid-19 desde o início da pandemia".
"Hoje a gente está entrando na oitava semana de queda sustentada de casos da Covid-19 na cidade. A gente tem o melhor cenário epidemiológico desde o início da pandemia. Foi um período muito duro, muito doloroso para a secretaria de Saúde e para toda a sociedade, mas agora a gente entra num cenário muito mais favorável. As coisas estão melhorando, estão melhorando com velocidade. O número de casos é o menor desde o início, com a menor taxa de transmissão, menor número de pacientes internados, então agora a gente começa a retomar as nossas atividades. Se Deus quiser, a gente caminha aí para o final da pandemia na cidade do Rio. A gente espera que no Brasil e em vários países do mundo", afirmou, em entrevista nesta manhã.
Pela primeira vez desde o início da divulgação semanal do mapa de risco da Covid-19 pela Secretaria estadual de Saúde (SES), em julho de 2020, todos os municípios do Rio estão com risco baixo de transmissão da doença (bandeira amarela). Além disso, no fim de setembro, mais da metade das cidades fluminenses não registrou mortes pelo coronavírus. Na capital, historicamente responsável pela maioria dos casos e óbitos no estado, as autoridades avaliam que a situação da pandemia está “controlada”, algo inédito desde a chegada da doença ao município.
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Esse panorama dos municípios vizinhos, segunda Soranz, também tem sido acompanhado para pensar nas flexibilizações para os cariocas, de modo que, mesmo se estiverem em fases anteriores do calendário de vacinação, as cidades não ofereçam riscos. Com a desobrigatoriedade do uso da máscara em espaços abertos do Rio, as pessoas ficam livres para optar se continuam ou não com o item de segurança. Já em ambientes fechados de uso comum — como teatros, cinemas e shoppings — apesar da flexibilização com o decreto publicado nesta segunda-feira, as máscaras seguem obrigatórias.
"Todos os municípios do estado do Rio de Janeiro estão vacinando com a velocidade muito próxima à capital, a gente tem no máximo de 10% de variação entre os outros municípios e a capital. E a gente já considera que isso é seguro para que a gente possa ir retomando as nossas atividades. A gente está acompanhando muito de perto os números, a gente está analisando possíveis novas variantes, qualquer variável que possa mudar essa tendência. Mas a tendência de queda ela é mantida, então cada dia mais a gente tem mais segurança para dizer "sim, é possível ir retomando. sim, daqui a uma semanda, provavelmente, vai ser possível a gente tirar as máscaras em locais abertos. Isso significa que elas não vão ser mais obrigatórias, mas quem quiser continuar utilizando, pode continuar utilizando. Essa segurança da retomada é muito importante para a sociedade como um todo. A gente vai fazer isso com muito cautela, utilizando os melhores dados científicos para que a gente possa, aos poucos, retomar aos poucos o que a gente perdeu em momento tão difícel que foi a pandemia da Covid-19".
Dose de reforço
Ainda em entrevista ao "Bom Dia Rio", o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, falou que a expectativa é de quem o calendário da dose de reforço para idosos seja retomado. O cronograma teve que ser interrompido na última sexa-feira por falta de doses da Pfizer. Os imunizantes estão sendo aplicados em pessoas que ainda não tomaram a primeira dose (liberada para todos acima de 12 anos) e para os que devem tomar a segunda dose (de acordo com a data marcada no cartão de vacinação).
O secretário disse que a expectativa é que o repasse de mais doses feito pelo Ministério da Saúde seja feito na quarta-feira, o que possibilitará a retomada do calendário na quinta.
"Essa é a nossa maior preocupação nesse momento. A gente precisa continuar vacinando, continuar vacinando com velocidade. Infelizmente o Ministério (da Saúde) enviou 300 mil doses a menos do que a nossa previsão. Eles tiveram problema de recebimento das doses da Pfizer. E as vacinas chegando, a previsão é chegar nessa próxima quarta-feira, na quinta-feira a gente já retoma a vacinação da dose de reforço, no grupo de 67 anos ou mais. Então, a partir de quinta-feira, a gente acredita que já está retomando essa vacinação com um novo calendário, infelizmente um calendário um pouquinho diferente do nosso calendário original".