O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (16/11) que todos os brasileiros com mais de 18 anos estão aptos a tomar uma terceira dose da vacina que protege contra a covid-19.
Até o momento, o reforço acontecia após seis meses e só era indicado para indivíduos com mais de 60 anos, profissionais da saúde e imunossuprimidos (pessoas com problemas no sistema imunológico).
O ministro Marcelo Queiroga assegurou que o país tem doses suficientes para oferecer essa terceira aplicação em todos os adultos entre novembro de 2021 e maio de 2022, nos 38 mil postos de saúde espalhados pelo país.
"Graças às informações preliminares que temos dos estudos científicos de efetividade, realizados em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e a Universidade de Oxford, nós decidimos ampliar essa dose de reforço para todos aqueles acima de 18 anos", anunciou Queiroga.
Entenda a seguir como deve funcionar essa nova etapa da campanha de vacinação contra a covid-19.
Quando poderei tomar?
De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, os brasileiros receberão a terceira dose cinco meses depois de terem tomado a segunda (no caso dos imunizantes CoronaVac, da Pfizer e da AstraZeneca).
Ou seja: quem completou o esquema vacinal em outubro de 2021 poderá ir aos postos de saúde para a terceira dose por volta de março de 2022.
Já para aqueles que tomaram a vacina da Janssen, que era de dose única, o ministério passa a indicar uma segunda dose com dois meses de intervalo. Cinco meses depois, o indivíduo poderá tomar o reforço (a terceira dose).
O Ministério da Saúde diz que fará campanhas de comunicação para informar mais detalhes sobre esse cronograma. As secretarias de Saúde dos Estados e dos municípios também devem criar calendários próprios, seguindo a orientação do governo federal, o quantitativo de doses enviadas e as características da população local.
De acordo com as projeções do governo, 12,4 milhões de brasileiros já estão aptos a receber a dose de reforço agora em novembro.
Em dezembro, será a vez de outros 2,9 milhões de indivíduos voltarem aos postos de saúde.
A partir de janeiro, o número deve crescer novamente para 12,4 milhões e continuará subindo em fevereiro (21,8 milhões) e março (29,6 milhões).
Para abril, são projetados 19,6 milhões de indivíduos com a terceira dose. Já em maio, serão 4,3 milhões.
Qual vacina poderei tomar?
Ao ser questionado sobre o tipo de imunizante que será utilizado como reforço, Queiroga afirmou que o ministério segue apostando no esquema heterólogo.
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"A preferência é que essa dose adicional seja de uma vacina diferente, que é uma decisão baseada em dados e na evidência científica", explicou.
Em outras palavras, isso significa que quem tomou duas doses de AstraZeneca receberá uma terceira da Pfizer e vice-versa.
A tendência, de acordo com o ministro, é que a maioria dos adultos receba o produto da Pfizer como terceira dose, até porque o imunizante da AstraZeneca foi o mais utilizado como primeira e segunda doses nessa faixa etária ao longo dos últimos meses.
"No caso de um eventual desabastecimento da vacina da Pfizer, o que não deve acontecer, poderemos utilizar uma outra plataforma vacinal, de preferência de um tipo diferente do que foi usado na vacinação primária", completou Queiroga.
A médica Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, explicou que o Brasil já garantiu vacinas suficientes para aplicar a terceira dose e já avalia a necessidade de comprar mais unidades para uma eventual quarta dose em idosos no segundo semestre de 2022.
Em julho, o Ministério da Saúde havia solicitado à FioCruz e à Universidade de Oxford uma pesquisa sobre a variação da imunidade após a vacinação com duas doses e a necessidade de um reforço algum tempo depois.
Esses dados serviram de base para a decisão de ampliar a oferta de terceira dose para toda a população com mais de 18 anos.
Ainda não se sabe se indivíduos mais jovens precisarão de novas doses no futuro.
E a segunda dose?
Durante o anúncio, os representantes do Ministério da Saúde também chamaram a atenção para a quantidade de brasileiros que não tomaram as duas doses.
"Muitos ainda não procuraram a unidade básica de saúde para completar o esquema vacinal", alertou Queiroga.
De acordo com as evidências científicas, as duas doses conferem um bom nível de proteção, especialmente contra as formas mais graves da covid-19, que estão relacionadas à internação e à necessidade de intubação.
Segundo o painel VigiVac Covid-BR, da FioCruz, mais de 15 milhões de brasileiros estão com a segunda dose atrasada. Esse número praticamente dobrou nos últimos dois meses.