Saiba quais são os sintomas de Influenza, que podem ser confundidos com a Covid
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Saiba quais são os sintomas de Influenza, que podem ser confundidos com a Covid

Com sintomas parecidos com a  Covid-19, a Influenza é um vírus respiratório que possui uma transmissão também parecida com o coronavírus. Na última semana, cariocas com sintomas de gripe correram aos postos e emergências com medo de estarem contaminados com a Covid-19. Dados do painel Covid da prefeitura do Rio, no entanto, mostram que a taxa de positividade para o coronavírus entre os dias 14 e 20 de novembro foi de 2%. A prefeitura explica que grande parte dos que procuram as unidades com síndrome gripal estão contaminados com outro vírus respiratório, como a Influenza.

Há duas principais formas de contaminação. A primeira, de forma direta, ocorre ao ter contato com secreções das vias respiratórias de alguém que está contaminado ao conversar, espirrar ou tossir. Também há possibilidades de contaminação de forma indireta, ao tocar em superfícies contaminadas e levar as mãos aos olhos, bocas e nariz

Sintomas

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Dor nos músculos;
  • Calafrios;
  • Fraqueza;
  • Tosse seca;
  • Dor de garganta;
  • Espirros e coriza;
  • Dispneia (falta de ar)

A infectologista Tânia Vergara explica que sem o teste é impossível distinguir se a pessoa com sintomas está contaminada com a Covid-19 ou outro vírus respiratório. A presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro aind diz que os cuidados são os mesmos: preferir ambientes arejados, uso de máscara e higiene das mãos.

"O correto é adotarmos o que á acontece em países asiáticos, por exemplo. Em casos de sintomas prefira ficar em casa e, caso saia, utilize a máscara. Os sintomas são muito parecidos, então procure uma unidade de saúde pública para fazer o teste da Covid-19".

Cobertura vacinal da Influenza é de apens 49% no estado

Segundo a Secretaria estadual de Saúde do Rio, a cobertura vacinal do grupo alvo da campanha de vacinação da gripe foi de apenas 49% da população. Apesar do encerramento oficial da campanha, enquanto houver imunizantes, é possível se vacinar contra a Influenza na rede pública.

A lista de grupos prioritários contra a gripe é vasta. Inclui crianças, gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos, professores, pessoas com comorbidades ou deficiências permanentes, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo rodoviário, trabalhadores portuários, membros das forças de segurança e do Exército, funcionários do sistema prisional, jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade

Sintomas provocou corrida por assistência

Uma virose que teria começado a se propagar há cerca de uma semana tem deixado os postos de saúde da cidade do Rio lotados. Os primeiros relatos surgiram na Rocinha, onde, pelas redes sociais, moradores relatavam sintomas como dor de cabeça, dor no corpo, calafrios, febre, mal estar e resfriado. Segundo a secretaria municipal de Saúde, "uma investigação epidemiológica está em curso pela Superintendência de Vigilância em Saúde, que na última semana constatou um aumento de resultados positivos para Influenza A (gripe) nas amostras coletadas em unidades de saúde".

Na tarde desta segunda-feira, mais de uma centena de pessoas esperavam por atendimento na porta da UPA da Rocinha apresentando os mesmos sintomas. Uma delas era Michele Cristina Gonçalves, que reclamava de sintomas parecidos com os de resfriado: segundo ela, moradores já vem comentando sobre a 'virose'.

"Tem mais de 100 pessoas aqui na UPA esperando para serem atendidas, mas está tudo muito devagar porque quase não tem médico. Tem criança, adulto e idoso: todos com sintomas parecidos. Desde terça-feira passada, eu e meu filho de quatro anos estamos resfriados. Ele sente febre, dor no corpo e muita tosse. Eu perdi o apetite, só estou bebendo água de coco. Aqui não tem pediatra hoje, então vou levá-lo para unidade particular. A minha sorte é que temos plano de saúde", disse a cabeleireira moradora da Rocinha.

Nas redes sociais, os relatos eram praticamente os mesmos:

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'Fui na UPA hoje. Deve ter umas 400 pessoas fácil aguardando atendimento de criança de colo a idoso, todo mundo com tosse seca e febre', disse uma moradora. 'Na minha casa tem cinco pessoas, todas com os mesmo sintomas: febre muito alta e muita fraqueza. Moro na rocinha', contou outra internauta moradora da comunidade.

'Aqui no beco na Rocinha, onde moro, praticamente todos estão com essa virose, fora outros becos', alertou outra pessoa.

Relatos em outras regiões

Outros relatos na internet mostram que o problema está ocorrendo em outras regiões da cidade: 'Fiquei uma semana com essa virose e moro no Itanhangá', afirmou uma internauta.

O problema também estaria ocorrendo na Ilha do Governador: 'Essa virose está acontecendo aqui na Ilha também. Estive na clínica da família à procura de cuidados com a minha filha e lá a fila estava grande. Várias pessoas com os mesmos sintomas: muita dor de cabeça, tosse forte, falta de ar e de olfato, dores no corpo, dor de garganta, febre e fadiga', contou outra pessoa.

'Com certeza, temos que ficar preocupados mesmo. Esta virose já chegou até aqui em Sepetiba e aos poucos está se espalhando', dizia outro relato.

Marcelo Gomes, coordenador do boletim InfoGripe, da FioCruz, afirma que o reaparecimento dos outros vírus respiratórios, principalmente em crianças, já acendia o alerta que mais cedo ou mais tarde a Influenza (gripe) poderia voltar também.

"Desde o início do ano, voltaram a ser observados, por todo o país, registros de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Rinovírus, Adenovírus, Parainfluenza 3 e 4, e Bocavírus, por exemplo. O que muda é que a Influenza causa mais internações e óbitos do que os outros, embora menos do que a Covid-19. Vale lembrar que a campanha de vacinação contra a gripe teve adesão muito baixa este ano, o que pode ser um dos motivos para essa maior incidência da doença", diz o especialista. Ele alerta que, assim como a Covid, o uso de máscaras e evitar aglomerações são essenciais para evitar uma maior propagação da Influenza.

A secretaria municipal de Saúde diz estar atenta ao aumento da procura de atendimento nas unidades de saúde por pessoas relatando síndrome gripal e que "apenas cerca de 3% dos casos testados apresentaram positividade para covid-19". Reforça ainda que, se tratando-se de Influenza A, as medidas de proteção são semelhantes às de Covid-19, dentre elas manter o distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos com álcool 70% ou, quando possível, água e sabão.

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