O Governo de São Paulo solicitou, em ofício enviado ao Ministério da Saúde, a "adoção imediata" do chamado passaporte da vacina , o documento que comprova que o viajante que desembarca no estado recebeu o imunizante contra covid-19.
O governador João Doria (PSDB) afirmou que a iniciativa foi "validada pelo Comitê de Saúde de São Paulo", e é "equivalente ao que está sendo adotado por outros países". "Essa é a forma correta de agir, prevenir e estabelecer procedimentos que a saúde recomenda, não que a ideologia ou vontade pessoal observa", disse, em uma clara referência ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Temos o maior porto da América Latina, em Santos, e o maior aeroporto da América do Sul, o Internacional de Guarulhos. São Paulo é a principal entrada de estrangeiros no país, recebendo mais de 1/3 dos voos internacionais que chegam ao Brasil", justificou.
"A medida foi recomendada pela Anvisa. Não há razão para o Governo Federal negar ou não avançar no passaporte vacinal. Exceto se por razão política ou ideológica", finalizou.
Ontem (7), o governo decidiu ignorar a recomendação da Anvisa para a exigência da comprovação de vacinação . O anúncio foi feito pelos ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, e Ciro Nogueira, da Casa Civil. O advogad-geral da União, Bruno Bianco, também esteve presente na cerimônia.
Desse modo, o governo vai apenas impor a quarentena e manter a obrigatoriedade na apresentação de um teste negativo RT-PCR. O exame deve ser feito até 72 horas antes da viagem com destino ao Brasil, e estabelecer uma quarentena de cinco dias aos viajantes.
Vale lembrar que, embora as autoridades científicas reconheçam que as vacinas não impedem por completo a infecção, pesquisas demonstram que a imunização com as vacinas disponíveis reduz a probabilidade de desenvolver a Covid-19 na forma grave ou mesmo vir a óbito em decorrência da doença.