A Itália bateu nesta quinta-feira (30) um novo recorde de casos diários de Covid-19 e superou pela primeira vez a marca de 100 mil contágios em um único dia.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 126.888 novos diagnósticos positivos, cifra quase 30% maior do que o recorde anterior, da última quarta-feira (29), com 98.020 casos.
Além disso, representa um aumento de 184% em relação a quinta-feira da semana passada, quando foram contabilizados 44.595 contágios. Esse é o quinto dia de recorde de casos na Itália em apenas uma semana e o terceiro consecutivo.
A média móvel de contágios em sete dias chegou a 66.325 nesta quinta, número 224% maior do que duas semanas atrás, o que caracteriza uma curva em franca aceleração.
O total de casos ativos também é recorde: 779.463, sendo que 98,4% (767.371) estão em isolamento domiciliar. A Itália também soma 10.866 internados em leitos de enfermaria (1,4%) e 1.226 pacientes em UTIs (0,2%), maiores valores desde a segunda quinzena de maio.
O boletim registra 134 entradas na terapia intensiva nesta quinta-feira, maior número diário desde o início de maio. A média móvel de internações na UTI está em 110, alta de 42% na comparação com duas semanas atrás.
A diferença no ritmo de crescimento dos casos e das hospitalizações pode ser explicada pelo nível de vacinação da população (quase 80% com o primeiro ciclo concluído), o que faz com que os contágios provocados pela variante Ômicron em pessoas já imunizadas sejam assintomáticos ou com sintomas leves.
O balanço desta quinta ainda contabiliza 156 mortes, pequeno aumento em relação aos 148 óbitos da última quarta, mas esse índice também está crescendo em ritmo muito mais lento do que o dos casos.
A média móvel de mortes está em 143, alta de 34% em relação a 14 dias atrás. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a Itália soma 5.981.428 casos e 137.247 vítimas desde o início da pandemia.
Restrições
Para evitar o risco de sobrecarga nos hospitais, o governo italiano aprovou na última quarta-feira a extensão do chamado "passe verde reforçado", certificado sanitário concedido apenas a vacinados ou recém-curados da Covid-19.
Esse documento já era exigido em eventos esportivos, shows, casas noturnas e áreas cobertas de bares e restaurantes, mas, a partir de 10 de janeiro, também será cobrado em hotéis e estruturas receptivas, mesas de restaurantes ao ar livre, congressos, feiras, teleféricos, piscinas, museus e até transportes públicos.
Na prática, quem não tiver se vacinado contra a Covid ou não tiver se curado da doença há menos de seis meses ficará excluído da maior parte da vida social. Por outro lado, o governo dispensou de quarentena os imunizados com a dose de reforço que tenham contato com casos positivos