O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira que a atual situação pandêmica no Brasil pode ser semelhante a de países europeus com aumento de casos sem uma alta proporcional de internações e óbitos. O governo deve decidir ainda hoje pela redução do tempo de quarentena de dez para cinco dias para pessoas assintomáticas, e de sete dias para pacientes com sintomas.
"Nós temos um cenário pandêmico de uma certa incerteza em face da variante Ômicron, com o aumento de casos, mas nós temos a esperança que não haja uma explosão das internações hospitalares e também um aumento proporcional de óbitos, porque a nossa população está fortemente vacinada", disse o ministro, completando: "Hoje teremos uma definição acerca da questão da quarentena".
Em entrevista no ministério, Queiroga também pediu para que estados e municípios ampliem a vacinação com a segunda dose da vacina contra Covid e a dose de reforço.
"Temos que continuar o combate, e a melhor forma é ampliar a vacinação de segunda dose em alguns estados e dar a (dose) de reforço", afirmou.
Mesmo confiante, o ministro defendeu ser necessário esperar um pouco mais porque “o cenário pandêmico é de incerteza, por causa da Ômicron”.
Representantes da Secretaria de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde irão se reunir com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasem) para uma definição em relação à quarentena.
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Hoje, a recomendação do Ministério da Saúde é de 10 a 14 dias para infectados com a doença. O município do Rio, por exemplo, já reduziu o prazo de isolamento para sete dias para pacientes com casos confirmados.
O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) recomendou a redução do período de quarentena para pacientes assintomáticos da Covid-19 de dez dias para cinco dias. No entanto, não houve a recomendação de testes surpreendendo especialistas. A avaliação é que ao término do isolamento a agênia deveria pedir que às pessoas que testassem negativo. O CDC argumentou que mudança foi motivada por evidências de que a maioria das infecções ocorre no dois dias antes dos sintomas e dois a três dias depois do início.
O ministro informou também que o governo tem estoque para fornecer insumos como oxigênio e kits de intubação para estados e municípios. Reforçou ainda que a pasta enviará testes rápidos de Covid-19 para para ampliar a detecção de novos casos.
A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) sugeriu a flexibilização da entrada de pessoas vindas de países da África, que tiveram sua entrada suspensa desde o ano passado por conta do avanço da variante Ômicron. De acordo com o ministro, o comitê formado pelos ministérios da Saúde, Justiça e Casa Civil, vai analisar a questão, mas ainda não há uma data definida.
No final de novembro, foram suspensos voos para o Brasil de países da África do Sul, República de Botsuana, Reino de Essuatíni, Reino do Lesoto, República da Namíbia e República do Zimbábue.