Reino Unido acredita que subvariante XE é 20% mais transmissível
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Reino Unido acredita que subvariante XE é 20% mais transmissível

A vantagem de crescimento da nova subvariante da  Ômicron XE em relação à sublinhagem BA.2 pode chegar a 20,9%, mostra novo boletim de monitoramento epidemiológico da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA), publicado nesta sexta-feira. A XE é uma recombinação entre as subvariantes BA.1, a “original”, e a BA.2, mais transmissível que sua antecessora e predominante hoje no mundo. Nesta quinta-feira, O GLOBO revelou que o Brasil teve seu primeiro caso da XE detectado pelo Instituto Butantan em um homem de 39 anos, morador de São Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhecia que os dados iniciais indicavam um aumento na transmissibilidade de cerca de 10% da XE. Segundo o novo documento da agência de saúde do Reino Unido, essa taxa de crescimento foi 12,6% superior até o dia 30 de março. Porém, quando analisados os sequenciamentos das últimas três semanas, a transmissibilidade chegou a ser 20,9% maior.

Ainda assim, a UKHSA ressalta, no documento, que é preciso cautela e que o percentual “ainda não pode ser interpretado como uma estimativa de vantagem de crescimento para o recombinante”, pois são necessários mais dados para consolidar qual é de fato a vantagem na transmissibilidade da XE. Além disso, desde que foi descoberta, no dia 19 de janeiro, até o dia 5 de abril, o Reino Unido contabilizou um total de 1.125 diagnósticos da subvariante, o que representa menos de 1% de todas as amostras sequenciadas.

A OMS ressalta também que a XE “pertence à variante Ômicron até que diferenças significativas na transmissão e nas características da doença, incluindo gravidade, possam ser relatadas”. Além disso, especialistas ouvidos pelo GLOBO afirmam que a recombinação não parece oferecer riscos para uma nova onda da Covid-19 e reforçam que as vacinas atuais devem continuar protegendo contra desfechos graves da doença.

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O caso identificado no Brasil é de uma amostra coletada no dia 7 de março e veio de fora do país, mostra laudo do Butantan ao qual o GLOBO teve acesso. Os sintomas começaram em 17 de fevereiro, e o homem já está recuperado. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, avalia que a nova subvariante da Ômicron não representa uma preocupação diante do cenário de saúde pública.

Uma variante de recombinação surge quando uma mesma pessoa é infectada simultaneamente por duas cepas diferentes, ou duas sublinhagens da mesma variante, que misturam seu material genético dentro do organismo do paciente. É um processo comum entre os vírus, que já aconteceu outras vezes durante a pandemia. Especialistas explicam que a alta transmissão favorece o surgimento de novas variantes e sublinhagens.

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