Um novo estudo publicado nesta sexta-feira na revista científica The Lancet Respiratory Medicine mostrou que a terceira dose da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer/BioNTech eleva a 85% a proteção contra hospitalização pela variante Ômicron. Essa eficácia, no entanto, cai após três meses da aplicação para 55%.
“As doses de reforço da vacina Pfizer/BioNTech melhoram significativamente a proteção contra a Ômicron, embora essa proteção pareça diminuir após 3 meses contra visitas à emergência e até mesmo para hospitalização ”, disse a epidemiologista e principal autora do estudo, Sara Tartof, em comunicado.
O trabalho foi conduzido pela organização americana de saúde Kaiser Permanente, na Califórnia, e analisou registros médicos de 11.123 internações e atendimentos de emergência no estado de pacientes com mais de 18 anos entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, quando as variantes Delta e Ômicron estavam circulando.
O estudo constatou ainda que o esquema vacinal primário – com as duas doses – reduz em 41% as hospitalizações e em 31% os atendimentos em emergência pela variante Ômicron, predominante hoje no mundo, mesmo após nove meses da última aplicação.
Já com o reforço, além de elevar a proteção contra internação para 85%, a eficácia para prevenir atendimentos em emergência subiu para 77%. Ambas caíram para 55% e 53%, respectivamente, depois do período de três meses.
Em relação à variante Delta, os pesquisadores afirmam no estudo que “as tendências de diminuição da proteção contra o Sars-CoV-2 (vírus causador da Covid-19) para desfechos pela variante delta foram no geral semelhantes, mas com estimativas de eficácias mais altas em cada ponto do tempo do que as observadas para a variante Ômicron”.
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Os dados de pesquisas desenvolvidas pela Kaiser Permanente, que contam com o financiamento da Pfizer, foram utilizados pela farmacêutica na solicitação para o aval de uma quarta dose da vacina para idosos à Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos.
“Embora os níveis de proteção da vacina da Pfizer contra a Ômicron após três doses sejam substancialmente mais altos do que os observados após duas doses, eles são menores do que os observados para a Delta ou outras variantes da Covid-19. Doses adicionais das vacinas atuais, adaptadas ou novas podem ser necessárias para manter os altos níveis de proteção contra ondas subsequentes da doença causadas pela Ômicron ou por variantes futuras com potencial semelhante para escapar da proteção”, acrescentou Sara.
No Brasil, o segundo reforço, ou quarta dose, da vacina é recomendado pelo Ministério da Saúde para idosos com mais de 80 anos e imunossuprimidos a partir de 12 anos, no prazo de quatro meses após a terceira aplicação. Alguns estados estendem o público-alvo para todos com mais de 60 anos e profissionais da saúde.
Segundo o boletim do consórcio de veículos da imprensa desta sexta-feira, 82,39% da população brasileira recebeu a primeira dose, 76,07% a segunda e 39,43% a aplicação de reforço.
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