A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou, na quinta-feira, o terceiro caso de raiva humana no estado. Todos os pacientes são provenientes da área rural de Bertópolis, no Vale do Mucuri. Dois acometidos, um menino de 12 anos e outro de 5, morreram, e uma menina de 12 anos permanece internada.
Há ainda um quarto caso em investigação. Trata-se de uma paciente de 11 anos, que vive na área rural de Bertópolis e apresentou sintomas como febre e dor de cabeça.
No Brasil, um caso da doença foi registrado no ano passado, no município de Chapadinha, no Maranhão. O paciente foi agredido por uma raposa infectada e evoluiu para óbito, segundo informações do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, o último caso de óbito por raiva humana tinha sido registrado em 2012, na Zona da Mata.
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos. Quando pessoas são acometidas, o caso é chamado de raiva humana. A doença é considerada gravíssima, com taxa de letalidade de aproximadamente 100%.
A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, incluindo cães e gatos, por meio da mordida, arranhão ou lambida. Os pacientes dos dois primeiros casos confirmados em Minas - a menina e o menino de 12 anos, ambos indígenas - foram mordidos por um morcego. Os sintomas aparecem após 45 dias do contato. De acordo com o Ministério da Saúde, em crianças, o período de incubação pode ser mais curto.
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Os primeiros sinais da doença são: mal-estar generalizado, pequeno aumento de temperatura corporal, emagrecimento, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Esses sintomas duram de dois a dez dias.
Em seguida, ela progride para ansiedade, hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou convulsões e, por fim, paralisia. O período entre o início dos sintomas e o óbito varia de 2 a 7 dias.
O diagnóstico é feito por meio dos sintomas e da história clínica do paciente. Mas a confirmação necessidade de um exame laboratorial. Após a instalação da doença, é possível iniciar o protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos.
Entretanto, mesmo com esse suporte, a maioria dos pacientes vai a óbito. é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetido ao protocolo sobrevivem.
Por isso, a melhor forma de evitar a doença é preveni-la por meio da vacinação e soro antirrábico. Outras formas de prevenção incluem a vacinação anual de cães e gatos, evitar se aproximar de animais sem dono e animais silvestres.