As farmácias brasileiras fecharam o mês de abril com uma alta de 84,7% nos casos detectados de Covid-19 em relação à última semana de março. Além disso, foi observada uma queda de quase 90% na procura pelos diagnósticos entre janeiro e abril, cenário impactado pela introdução dos autotestes no país e pela melhora do cenário epidemiológico.
Os números são da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), obtidos com exclusividade pelo GLOBO.
No total, foram identificados 5.291 casos de Covid-19 na última semana de março, volume que foi de 9.770 diagnósticos na última semana do mês de abril. Apesar desse crescimento, entre os últimos 7 dias de abril e a semana anterior as drogarias tiveram uma tendência de estabilidade.
Enquanto do dia 25 de abril ao dia 1º de maio foram identificados 9.770 testes positivos, de 18 a 24 haviam sido registrados 10.307 diagnósticos.
Essa estabilidade vem logo após as farmácias observarem um aumento de 82% em apenas uma semana, na comparação dos diagnósticos de 18 a 24 de abril com os da semana anterior, do dia 11 ao 17.
Queda na testagem
Com os números de abril consolidados, foi possível constatar também a drástica redução na procura pelos testes de Covid-19 nas farmácias brasileiras. Em janeiro, foram realizados 2.469.631 diagnósticos, volume que caiu para 262.737 em abril – queda de 89,4%.
Especialistas atribuem essa baixa procura à introdução dos autotestes no país e à sensação de segurança proporcionada pela melhora da situação sanitária, que leva muitas pessoas a acreditarem que não há mais risco de se infectar com a Covid-19.
No entanto, eles recebem esse dado com cautela e alertam que a falta de testagem leva a uma subnotificação dos casos e a um maior risco para a doença, uma vez que pessoas podem estar circulando e transmitindo o vírus sem saberem que estão contaminadas.
Em relação à positividade – percentual dos testes realizados cujo resultado é positivo – o mês de abril teve uma taxa parecida com a do mês anterior: 12,17% contra 12,51% em março. Em janeiro e fevereiro, período considerado o pico da variante Ômicron no Brasil, esses índices chegaram a 39,87% e 30,51%, respectivamente.
Os dados são de testes rápidos realizados em 4.504 farmácias de todo o país, reunidos pela Abrafarma.