Billie Eilish foi diagnosticada com Tourette aos 11 anos
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Billie Eilish foi diagnosticada com Tourette aos 11 anos

Movimentos involuntários, "tiques" múltiplos e até mesmo a verbalização de palavras de forma involuntária: essas são, entre outras, manifestações da síndrome de Tourette, disturbio neuropsiquiátrico que ganhou as manchetes do noticiário de celebridades após a cantora Billie Eilish falar sobre seu diagnóstico.

Billie, de 20 anos, sabe que tem síndrome de Tourette desde os 11. O assunto veio à tona durante uma entrevista ao programa de David Letterman.

"A maneira mais comum de as pessoas reagirem é rirem porque acham que estou tentando ser engraçada. E eu sempre fico icrivelmente ofendida", disse a cantora.

Neurologista do Hospital Sírio Libanês, a Dra. Christiane Cobas explica o distúrbio que apesar de não ter cura, tem tratamento.

"A síndrome de Tourette é caracterizada pela presença de 'tiques' multiplos, motores e vocais, que persistem por muito tempo. E tem critérios para isso - 'tique' é um movimento anormal, involuntário. É muito comum em criança, piscamento, franzir o nariz, fazer alguma coisa com a boca, levantar o ombro, esses 'tiques' motores que às vezes são no olho, nas mãos. Nas crianças, geralmente são transitórios e vão mudando de região", explica.

Segundo a especialista, a síndrome de Tourette se manifesta ainda na infância, entre 5 e 10 anos de idade, com a característica de persistir. Ela afirma que os 'tiques' são comuns às crianças, e geralmente mudam de região: de um braço para outro, ou para a perna. Quando eles permanecem por mais de um ano no mesmo local é hora de procurar um médico.

"Quando se tornam persistentes, e são multiplos, incluindo vocais - quando a criança faz algum barulho, ou mesmo apresenta coprolalia, que é a tendência incontrolável de falar palavrões, e esse tipo de tique persiste, pode sim caracterizar a síndrome", explica.

O diagnóstico é clínico, e o tratamento pode ser feito com medicamentos e terapia, para que o stress causado pelos 'tiques' não aumente ainda mais a sua incidência.

"Imagina você com um tique motor o tempo todo, ou um desses vocais, do nada falar palavrão. Socialmente traz algumas dificuldades, a pessoa fica constrangida. Os tiques fazem parte do grupo dos distúrbios dos movimentos involuntários, você não tem controle, simplesmente faz. Não afeta em nada a capacidade de trabalho, mas as relações sociais. Como estar em um cinema e ficar falando coisas", exemplifica.

"A psicoterapia também ajuda, porque a ansiedade piora os 'tiques' e ajuda a conviver melhor com a dificuldade", completa.

A Dra. Christiane alerta que os pais não precisam ter uma preocupação excessiva ao notar certos comportamentos.

"Importante é fazer o diagnóstico. Tique motor em criança é comum, isso não é Tourrete. E eles vão mudando de local, não persistem, desparece. Para ser, precisa se prolongar por mais de um ano. A síndrome é mais rara."

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** Filha da periferia que nasceu para contar histórias. Denise Bonfim é jornalista e apaixonada por futebol. No iG, escreve sobre saúde, política e cotidiano.

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