Caixas contendo a vacina Moderna Covid-19
Michael Holahan/Divulgação
Caixas contendo a vacina Moderna Covid-19

A Moderna, farmacêutica responsável por uma das vacinas contra a Covid-19 aplicadas no mundo, anunciou nesta quarta-feira dados da versão específica do imunizante em desenvolvimento para a Ômicron. O CEO do laboratório, Stéphane Bancel, disse esperar que, em setembro, a nova aplicação já esteja disponível.

Os resultados dos testes clínicos de fase 2/3, divulgados pela empresa hoje, mostraram que, em comparação com uma dose de reforço da vacina atual, a nova formulação induziu oito vezes mais anticorpos contra a Ômicron. A empresa planeja enviar os dados para a análise dos órgãos reguladores dos Estados Unidos nas próximas semanas.

De acordo com o comunicado da Moderna, a nova versão é uma vacina bivalente que inclui informações da cepa original do vírus, utilizadas para o imunizante aplicado hoje, junto às da Ômicron.

“Estamos enviando nossos dados preliminares e análises aos (órgãos) reguladores com a esperança de que o reforço bivalente contendo a Ômicron esteja disponível no final do verão (do Hemisfério Norte, inverno no Brasil)”, afirmou o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, em comunicado.

O laboratório é o primeiro a divulgar resultados sobre uma nova aplicação, porém sua versão atual da vacina não é aplicada no Brasil. Já a Pfizer/BioNTech, que desenvolveu um dos imunizantes utilizados no país, também estuda um reforço específico para a variante, e espera ter dados em breve.

No anúncio, a Moderna acrescentou ainda que o número de anticorpos produzidos para as outras variantes de preocupação (VOC), como a Delta e a Alfa, também foi maior na nova candidata. O estudo envolveu 437 participantes, em que metade recebeu a versão para a Ômicron como uma segunda dose de reforço (quarta dose) e a outra metade uma aplicação da vacina original. A nova formulação foi bem tolerada em todos os voluntários, sem efeitos colaterais graves.

Em fevereiro de 2021, a Moderna já havia anunciado a estratégia de atualizar as vacinas para as novas mutações do Sars-CoV-2, assim como é feito anualmente com os imunizantes para Influenza (gripe).

Em abril deste ano, a farmacêutica anunciou os primeiros dados dos testes da versão para a variante Beta da Covid-19. Os resultados foram positivos mas, em meio à onda da Ômicron, que já se tornava prevalente no mundo, o laboratório decidiu focar os estudos para uma aplicação específica para a nova cepa, justificando que funcionaria melhor diante do cenário da pandemia.

Os dados desse primeiro reforço atualizado para a Beta indicaram uma proteção duradoura após seis meses da aplicação. Pela nova aplicação para a Ômicron ter demonstrado uma produção de anticorpos ainda superior, a Moderna disse esperar que essa dose também promova uma proteção a longo prazo.

"Olhando para esses dados juntamente com a durabilidade que vimos com nosso primeiro candidato a reforço bivalente, a mRNA-1273.211 (versão para a Beta), prevemos uma proteção mais duradoura contra variantes de preocupação com a mRNA-1273.214 (versão para a Ômicron), tornando-a nossa principal candidata para um reforço no outono de 2022 (primavera no Brasil)”, acrescentou Bancel.

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