Micrografia eletrônica de transmissão colorida de partículas do vírus da varíola dos macacos (amarelo) encontradas dentro de uma célula infectada (verde), cultivadas em laboratório
Reprodução/NIAD 13.08.2022
Micrografia eletrônica de transmissão colorida de partículas do vírus da varíola dos macacos (amarelo) encontradas dentro de uma célula infectada (verde), cultivadas em laboratório

O Brasil tem ao menos dois casos confirmados de bebês com varíola dos macacos, a monkeypox . São Paulo confirmou a infecção em uma criança de 10 meses que apresentou o início dos sintomas no dia 11 de agosto. Já a Bahia diz ter tido um diagnóstico positivo em um bebê de 60 dias de vida no dia 5.

Em São Paulo, o bebê reside na capital e é do sexo masculino. "A criança se encontra em isolamento domiciliar e, no momento, está clinicamente estável e sem sinais de agravamento, com quadro clínico característico para a doença, com febre e lesões cutâneas", diz a nota da secretaria municipal enviada ao GLOBO. A Bahia diz não dar informações sobre estado de saúde de pacientes.

Até agora, o Brasil totaliza 3,7 mil casos da infecção no país. Há também uma morte conhecida, de um homem que estava internado em um hospital de Belo Horizonte. O caso das duas crianças, contudo, acende um alerta de preocupação entre os especialistas.

"Nossa maior preocupação é com as crianças mais novas, os imunossuprimidos e as gestantes. Em especial, a preocupação é voltada às pessoas que têm um sistema imune com defesa limitada. No caso das crianças, esse mecanismo ainda está aprendendo a responder às doenças. Não é igual ao de um adulto", diz Carla Kobayashi infectologista e pediatra do Hospital Sírio-Libanês.

"Na pele, há a possibilidade de extensão das lesões e que sejam mais graves. E há ainda as infecções de pele (fruto dos ferimentos) que podem ocorrer em decorrência da Monkeypox, com a possibilidade de maior agravamento nesse grupo".

Diante desses novos casos, convém relembrar, explicam os especialistas, que não há público-alvo da doença, mas sim "comportamentos de risco" que aumentam a possibilidade de contágio. O contato com pessoas infectadas, sobretudo sexual, ainda é o principal indicativo de risco para a infecção. Mas qualquer pessoa que tenha contato com outra pessoa com o vírus também pode adquirir a infecção, independentemente da natureza do toque.

Ministério da Saúde

Diante do aumento de casos no país, O Ministério da Saúde divulgou no começo da semana a campanha de prevenção à varíola dos macacos, também chamada de monkeypox. A ação, que traz as principais formas de transmissão, os sintomas e a forma de prevenção, será veiculada em televisão, rádio, internet e nas ruas.

A campanha mostra que a principal forma de prevenção é evitar contato com infectados ou objetos contaminados. Porém, o período de incubação do vírus é de cinco a 21 dias, durante o qual é possível haver transmissão. Além disso, apresenta que o contágio ocorre, sobretudo, pelo contato físico pele a pele com lesões ou fluidos corporais. Entre os sintomas, figuram as erupções cutâneas, febre, inchaço dos gânglios (adenomegalia), dor no corpo, exaustão e calafrios.

Procurado, o Ministério da Saúde não deu mais informações sobre os casos dos bebês até o fechamento da reportagem.


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