Medida foi tomada devido a
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Medida foi tomada devido a "presença da impureza 'azido' em concentração acima do limite de segurança aceitável"

O uso a curto prazo de anti-inflamatórios não esteroides (AINES) por pessoas com diabetes tipo 2 está associado a um aumento no risco de hospitalização por insuficiência cardíaca, mostra um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia.

A classe de medicamentos, que envolve analgésicos comuns como ibuprofeno e diclofenaco, foi ligada a um aumento nos problemas cardiovasculares para maiores de 65 anos ou com a diabetes mal controlada.

Conduzido por pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, o trabalho analisou dados nacionais de internações por insuficiência cardíaca num grupo de 331.189 pacientes com diabetes tipo 2, sem doenças cardíacas, entre 1998 e 2021. Eles os relacionaram então com informações sobre prescrição de quatro AINES, o ibuprofeno, o celecoxib, o diclofenaco e o naproxeno.

Os participantes tinham em média 62 anos. 16% deles relataram ao menos uma prescrição de um anti-inflamatório, e 3% um mínimo de três indicações. A maioria foi referente ao ibuprofeno e ao diclofenaco. Os pesquisadores acompanharam os dados dos pacientes por um período de aproximadamente seis anos, em que mais de 23 mil foram hospitalizados pela primeira vez por insuficiência cardíaca.

Ao comparar as informações referentes às internações com o uso dos AINES, foi observado uma probabilidade 43% maior de desenvolver o problema após o uso dos medicamentos. Avaliados de forma individual, o diclofenaco elevou em 48% esse risco, enquanto o ibuprofeno, 46%. Os demais fármacos não foram utilizados de forma suficiente para apresentar uma relação.

Em seguida, os pesquisadores analisaram esse impacto em subgrupos, como por idade e pelo controle da hemoglobina glicada – um indicador dos índices de glicemia (concentração de açúcar no sangue). Eles constataram que os remédios não provocaram o aumento no risco de insuficiência cardíaca para aqueles com a hemoglobina glicada em níveis adequados, ou seja, com a diabetes controlada. Além disso, também não teve o impacto negativo de forma relevante entre os menores de 65 anos.

“Em geral, sempre recomendamos que os pacientes consultem seu médico antes de iniciar um novo medicamento e, com os resultados deste estudo, esperamos ajudar os médicos a mitigar o risco ao prescrever AINES”, afirma o primeiro autor do estudo, Anders Holt, pesquisador do Hospital da Universidade de Copenhagen.

"Os resultados sugerem que um risco potencial aumentado de insuficiência cardíaca deve ser levado em consideração ao se cogitar o uso desses medicamentos. Por outro lado, os dados indicam que pode ser seguro prescrever AINES de curto prazo para pacientes com menos de 65 anos de idade e aqueles com diabetes bem controlada”.

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