Cresce o número de meninas de 13 a 17 anos que fumam no Brasil
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Cresce o número de meninas de 13 a 17 anos que fumam no Brasil

Dados da última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e divulgada neste ano, mostram que a proporção de adolescentes entre 13 a 17 anos que fumam aumentou de 6,6%, em 2015, para 6,8%, em 2019.

A alta, no entanto, foi relacionada ao aumento especialmente entre as meninas da faixa etária, que passaram de 6% para 6,5% fumantes.

Em comunicado, o Ministério da Saúde alerta para a situação e destaca que pesquisas realizadas pela pasta na última década indicam que o uso do tabaco, a segunda droga mais experimentada no país, geralmente começa aos 16 anos.

O ministério afirma que fatores como ter fumantes em círculos de amigos e familiares tornam mais propícia a adesão do jovem à prática, além do fácil acesso ao produto. A pasta chama atenção ainda para novas formas de se aderir ao tabagismo, como por meio dos cigarros eletrônicos e do narguilé.

De acordo com o relatório Covitel, levantamento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) com mais de nove mil jovens realizado neste ano, um a cada cinco indivíduos de 18 a 24 anos no Brasil já experimentaram os chamados “vapes”. Essa adesão acontece apesar de a venda dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) ser proibida pela Anvisa no Brasil desde 2009, decisão que foi mantida em deliberação neste ano.

Segundo a PeNSE, essa experimentação acontece também entre os mais jovens, e é mais dramática entre os alunos de redes de ensino privadas de ensino.

Considerando todos os formatos de cigarro, tanto o comum, como o eletrônico e o narguilé, 24,4% dos alunos do nono ano do Ensino Fundamental, de em média 15 anos, relataram já ter fumado alguma vez na vida, contra 12,2% na rede pública. O índice também aumentou nas escolas particulares, onde era de 21,2% em 2015, mas caiu nas públicas – o percentual era de 13% há sete anos.

Os "vapes" costumam ser mais atrativos para a população mais jovem, por não terem a sensação de desconforto causada pela combustão, não produzirem fumaça e serem comercializados com diversos sabores diferentes. No entanto, as altas doses de nicotina favorecem o vício nos dispositivos.

Além dos riscos do cigarro eletrônico, o Ministério da Saúde destaca que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os narguilés, outro formato que cresce entre os jovens, oferece mais riscos que o cigarro comum.

De acordo com a instituição, uma sessão de 20 a 80 minutos corresponde à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros tradicionais. Há ainda o maior risco para doenças como herpes, hepatite C e tuberculose devido ao uso coletivo e o ato de compartilhar o bocal do narguilé.

Para a pasta da saúde no Brasil, as ações para controle do tabagismo devem envolver a prevenção do uso de cigarros entre jovens e adolescentes, oferecendo tratamento diferenciado para a faixa etária, que costuma ser mais vulnerável.

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