mulher com celular
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Jovens quando entram em  redes sociais se deparam com vidas perfeitas e inalcançáveis. O tema é tão relevante que foi uma das questões da prova do ENEM 2022 que aconteceu neste domingo (14). O texto fala sobre positividade tóxica , idealização corporal e de vida e o quanto tudo isso tem afetado adolescentes e adultos .

A OMS (Organização Mundial de Saúde) aponta que a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças e problemas. No entanto, a busca por um padrão ideal tem levado cada vez mais a clínicas de estéticas e centro cirúrgicos.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) estima que, em 2019, foram realizadas 1,7 milhão de cirurgias plásticas, sendo que a maioria delas (60%) para fins estéticos. Os jovens brasileiros, muitos adolescentes, acompanham esse ritmo e são os que mais se submetem a cirurgias plásticas no mundo.

“Alguns estudiosos sugerem que, o fato de investirmos grande parte do nosso tempo vendo outras pessoas nas redes sociais através de uma câmera, aumentou exponencialmente a obsessão pela autoimagem e pela busca incessável por uma perfeição produzida e irreal. Com isso, a procura por procedimentos e cirurgias plásticas ao redor do mundo aumentou”, analisa a médica e cirurgiã plástica Ana Borba.

A doutora é cofundadora da clínica Lis Concept junto a cirurgiã Maria Julia Norton. Esta última ressalta a importância de entender que cada corpo é único e a cirurgia não é brincadeira:


“É fundamental ter em mente que o procedimento cirúrgico é algo sério, que envolve transformação física que, em muitos casos, não é possível reverter. Além disso, o procedimento tem como objetivo corrigir e melhorar a saúde do paciente, mas isso nem sempre resolve questões mais complexas e profundas, como mentais e de autoestima. Por isso, em alguns casos é indicado o atendimento psicológico para fortalecer a própria imagem e ter consciência acerca dos desejos pessoais”, explica Maria Júlia. 

As doutoras reiteram que há informação à disposição e que os pacientes precisam usar isso na hora de escolher o médico.

“Se as redes sociais colaboram para que as pessoas fiquem mais obcecadas e incomodadas com a própria imagem, por outro elas facilitam o acesso à informação. Então, por meio das redes sociais, uma pessoa que deseja realizar uma cirurgia plástica pode tirar dúvidas, conhecer melhor o perfil de médicos cirurgiões, ler notícias e artigos sobre o tema, assistir a vídeos e muito mais. Todos esses recursos são válidos para uma análise e tomada de decisão assertiva”, finaliza Dra. Maria Júlia.

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