Medicamento foi originalmente desenvolvido para tratar o diabetes mellitus tipo 2
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Medicamento foi originalmente desenvolvido para tratar o diabetes mellitus tipo 2

Nesta segunda-feira (25), a  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o remédio Mounjaro como um novo tratamento contra o diabetes tipo 2. O medicamento, da farmacêutica Eli Lilly, atua de forma parecida com o Ozempic, do laboratório Novo Nordisk.

O Mounjaro tem como princípio ativo a tirzepatida e já é liberado nos Estados Unidos e na Europa.

Estudos que embasaram a aprovação do remédio mostram que ele teve resultados superiores aos oferecidos pelo Ozempic em termos de controle de glicemia e redução de peso corporal.

De maneira geral, ele funciona ativando receptores das células relacionadas ao GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon), dois hormônios que atuam no sistema digestivo e interferem em diversos processos no corpo, como na liberação de insulina.

A nova droga também tem a mesma forma de aplicação, feita por meio de injeções semanais no paciente.

A princípio, a tirzepatida está sendo indicada para tratar diabetes, mas estudos também apontam que ela pode ser uma opção para o tratamento de obesidade, apneia do sono, esteatose hepática, doença renal crônica e insuficiência cardíaca.

Para ser liberado pela Anvisa, a farmacêutica realizou 10 estudos clínicos com o remédio, envolvendo mais de 19 mil pacientes de diversas partes do mundo, inclusive do Brasil.

Em um desses testes, conhecido como Surpass-2, 1,9 mil pacientes adultos com diabetes tipo 2 foram avaliados e o medicamento foi comparado ao Ozempic. Os resultados foram apresentados no ano passado, durante o Congresso da Associação Americana de Diabetes, nos Estados Unidos.

Ainda, de acordo com os dados, 51% os voluntários que tomaram a versão de 15 mg do Mounjaro conseguiram atingir uma hemoglobina glicada (HbA1c) menor que 5,7%. O número também foi alcançado por 20% dos pacientes que usaram o Ozempic.

O teste também revelou que 92% dos voluntários tratados com Mounjaro atingiram uma HbA1c abaixo de 7% — nível recomendado pelas diretrizes médicas para controle adequado do diabetes.

Durante as pesquisas, a rapidez com que o ajuste dos índices glicêmicos foi alcançado também foi notada. Os que tomaram o Mounjaro chegaram a uma HbA1c abaixo de 7% depois de oito semanas — quatro semanas de tratamento antes de quem aplicou o Ozempic.

Além disso, em relação ao peso corporal, o estudo Surpass-2 mostra que os que usaram a tirzepatida perderam, em média, 12,4 kg — o dobro do observado com a semaglutida, princípio ativo do Ozempic.

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