O Alzheimer afeta cerca de 7 milhões de americanos e é de difícil detecção, principalmente em seu estágio inicial
Divulgação/CUREM
O Alzheimer afeta cerca de 7 milhões de americanos e é de difícil detecção, principalmente em seu estágio inicial

Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, Estados Unidos, dizem ter desenvolvido um novo teste de biomarcador que pode diagnosticar  a doença de Alzheimer com até uma década de antecedência.

O autor do estudo Thomas Karikari, professor assistente de psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, explicou ao New York Post que  o novo teste identifica estágios muito iniciais de acumulação no cérebro da proteína tau. Abundante no sistema nervoso central, essa proteína quando defeituosa é uma das principais causas do Alzheimer.

Publicidade

"Nosso teste identifica estágios muito iniciais da formação do emaranhado tau — até uma década antes que qualquer aglomerado tau possa aparecer em um exame cerebral", relatou ao Post.

Defeito na proteína favorece Alzheimer

A tau regula os microtúbulos, que são estruturas de proteína. O desarranjo da tau faz com que os microtúbulos se desmontem. As moléculas de tau livres se agregam em filamentos, que se acumulam como emaranhados neurofibrilares, que por sua vez danificam os neurônios e causam a morte celular.

A paralisação das mensagens entre os neurônios provoca estorvo no pensamento, que origina a demência.

Karikari e sua equipe identificaram o local primário onde as moléculas de tau podem se unir anormalmente e formar emaranhados.

"A detecção precoce de tau propenso a emaranhamento pode identificar os indivíduos que provavelmente desenvolverão declínio cognitivo associado ao Alzheimer e podem ser ajudados com terapias de nova geração", disse Karikari ao Post.

Novo teste tem mais confiabilidade

Publicidade

De acordo com o médico, o teste é focado na tau porque essa proteína é mais definidora de Alzheimer do que outras que também estão relacionadas à doença.

Assim como a tau, o Beta-amiloide também se acumula no cérebro e possui conexão com o desenvolvimento de Alzheimer.

“A beta-amiloide é um graveto, e tau é um fósforo”, explicou Karikari. “Uma grande porcentagem de pessoas que têm depósitos de beta-amiloide no cérebro nunca desenvolverão demência. Mas uma vez que os emaranhados de tau se acendem em uma tomografia cerebral, pode ser tarde demais para apagar o fogo e sua saúde cognitiva pode se deteriorar rapidamente", disse o médico ao Post.

Forma de realizar o exame não foi aprovada

No teste recém desenvolvido, uma pulsão lombar extrai fluido cerebrospinal que é examinado para tau propenso a aglomeração.

A punção lombar não foi aprovada pela Agência Federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. Os pesquisadores esperam eventualmente torná-la um exame de sangue.

As descobertas de Karikari foram publicadas na semana passada no periódico Nature Medicine.

Publicidade









Sem cura, Alzheimer pode ser medicada

Não há cura conhecida para o Alzheimer, mas certos medicamentos podem ajudar a retardar o declínio cognitivo característico da doença.

Entre os temédios indicados pelos médicos estão donepezila, rivastigmina, memantina e galantamina para retardar o avanço da doença. E antipsicóticos, antidepressivos e ansiolíticos para controlar sintomas como agitação e ansiedade.

O tratamento com medicamentos para Alzheimer pode melhorar a qualidade de vida da pessoa. A consulta com um neurologista ou psiquiatra é um caminho para as melhores opções de acordo com cada caso.


    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!