Estudo revela impacto da comparação no cérebro humano
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Estudo revela impacto da comparação no cérebro humano

Um novo estudo científico investigou como o cérebro humano responde quando nos comparamos com os outros, especialmente em situações competitivas. Os resultados indicam que perder para outra pessoa em um jogo não apenas provoca reações emocionais, como nervosismo e vergonha, mas também ativa áreas específicas do cérebro, especialmente em indivíduos com sintomas de depressão ou ansiedade social.

A pesquisa foi conduzida por um grupo de cientistas e publicada em um periódico revisado por pares. Pela primeira vez, um estudo dessa natureza utilizou imagens de ressonância magnética funcional para mapear a atividade cerebral de indivíduos em resposta a derrotas em um jogo de perguntas e respostas. No total, participaram 103 voluntários: 56 com sintomas de depressão ou ansiedade social e 47 sem esses sintomas.

Estudo sobre como o cérebro humano reage sobre comparações
Reprodução/Divulgação/El Observador
Estudo sobre como o cérebro humano reage sobre comparações
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O experimento
Os participantes jogaram um jogo de perguntas e respostas enquanto passavam por um exame de ressonância magnética funcional. Questões como "Qual é a altura do jogador de futebol Messi?" (com opções de resposta 1,68m ou 1,70m) foram apresentadas. Ao final, foram questionados sobre as emoções que sentiram durante a experiência.

Os resultados revelaram que perder para um oponente que venceu gera níveis elevados de nervosismo, vergonha e culpa. Essa reação foi ainda mais intensa em indivíduos com depressão e ansiedade social, que demonstraram maior ativação da rede de modo padrão do cérebro, uma estrutura neural associada ao pensamento introspectivo e ruminativo.

A líder do estudo, Victoria Gradin, explicou ao jornal El Observador, do Uruguai, que essa rede neural está associada ao pensamento sobre si mesmo e sobre o que os outros podem estar pensando. Para pessoas com depressão e ansiedade social, essa ativação excessiva pode levar a pensamentos autodepreciativos, como "os outros são sempre melhores do que eu" ou "sou um fracasso". Esse processo de ruminação pode intensificar sintomas emocionais negativos e dificultar o bem-estar psicológico.


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A importância da descoberta
A pesquisa foi desenvolvida no Centro Uruguaio de Imagem Molecular (CUDIM), utilizando tecnologia avançada de ressonância magnética de 3 Tesla. Essa técnica, disponível no Uruguai há poucos anos, permite visualizar a atividade cerebral em tempo real, tornando-se uma ferramenta essencial para compreender distúrbios psicológicos e emocionais.

Os cientistas esperam que esse estudo ajude a aprofundar o entendimento sobre como a comparação social afeta a saúde mental e contribua para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para transtornos como a depressão e a ansiedade social.

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