Sintomas escondem riscos que exigem atenção urgente
Imagem: Divulgação
Sintomas escondem riscos que exigem atenção urgente

Espirros, coceira, urticária, falta de ar. Esses sintomas podem parecer banais, mas escondem riscos que exigem atenção urgente. No Dia Mundial da Alergia, celebrado em 8 de julho, em entrevista ao Portal iG Saúde, a médica Ana Flávia Bernardes, especialista em alergologia e imunoterapia com atuação em Campinas (SP), fala sobre o avanço dos casos, o impacto da imunoterapia e o que cada pessoa deve observar.


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Quais são os tipos de alergia mais comuns que você atende no consultório?

As alimentares, respiratórias e cutâneas. Entre as alimentares, os vilões são leite, ovo, amendoim, frutos do mar e alguns corantes. Já na parte respiratória, rinite alérgica e asma são muito frequentes. E na pele, a dermatite atópica e a urticária ocupam grande parte dos diagnósticos.

O número de casos tem aumentado?

Sim. Crianças e adolescentes têm sido os mais afetados. Fatores ambientais, mudanças na alimentação, uso excessivo de antibióticos na infância e até a super-higienização dos ambientes contribuem para isso.

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A alergia é sempre genética?

Não necessariamente. Há um componente genético, sim, mas o ambiente influencia muito. A exposição precoce a alérgenos, o tipo de parto, amamentação e até o estilo de vida urbano são determinantes.

“Em muitos casos, a pessoa convive anos com sintomas achando que é normal”, Ana Flávia Bernardes
Foto: Arquivo Pessoal/ Reprodução
“Em muitos casos, a pessoa convive anos com sintomas achando que é normal”, Ana Flávia Bernardes


“Imunoterapia pode transformar a vida de pacientes alérgicos”

O que é a imunoterapia e quando ela é indicada?

É um tratamento com doses progressivas do alérgeno que causa a reação. Funciona como uma dessensibilização. Indico principalmente para casos de rinite, asma e algumas alergias alimentares, como ovo e leite em crianças. Os resultados são consistentes e duradouros.

Alergia pode matar?

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Sim. A anafilaxia, por exemplo, é uma reação aguda, potencialmente fatal, geralmente desencadeada por alimentos, medicamentos ou picadas de insetos. Informação correta salva vidas.


E os perigos da automedicação?

Graves. O uso indiscriminado de antialérgicos pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico. Isso adia o tratamento e, muitas vezes, agrava o quadro.

O que o paciente pode fazer em casa para evitar crises?

Manter o ambiente arejado, sem mofo, ácaros e poeira. Evitar produtos com odores fortes e, em casos de alergia alimentar, seguir uma dieta rígida com orientação profissional. Também é essencial observar sintomas recorrentes, como diarreias, inchaços ou coceiras.

Toda alergia tem cura?

Não, mas tem controle. Com o diagnóstico certo, mudanças simples no estilo de vida e acompanhamento médico, é possível ter qualidade de vida.

Qual sua principal mensagem no Dia Mundial da Alergia?

Alergia não é frescura. É uma condição real, com impacto físico e emocional. O diagnóstico precoce faz toda a diferença. É preciso levar a sério.

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