Ainda sem recuperar o fôlego da pandemia do Coronavírus, estamos frente a uma nova ameaça: a varíola. O surto mundial de infecções pelo vírus monkeypox
foi declarado como emergência de saúde pública internacional pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) na última semana e desperta muitas dúvidas tanto dos profissionais da saúde quanto dos pacientes.
Vou colocar aqui as perguntas mais frequentes dos pacientes sobre esse tema e o que sabemos até agora.
É um vírus novo?
Não, o vírus monkeypox está presente na África desde os anos 70. A novidade é a velocidade com que ele tem se espalhado pelos continentes, o que pode ser resultado de alguma mutação.
Quais são os sintomas?
Inicialmente mal estar, dor nas articulações, moleza, indisposição, febre, ínguas e em seguida feridas pelo corpo. Elas começam como elevações avermelhadas que vão aumentando e adquirindo o formato de uma bolha, que cresce e estoura. Em seguida existe a formação de uma casca escura que se desprende e deixa uma cicatriz.
Onde são as feridas?
Elas podem surgir em qualquer parte do corpo, geralmente na região onde houve o contato com o vírus. No momento os locais mais comuns tem sido mãos, pés, boca, vagina, pênis e ânus.
É um vírus do macaco e que passou para o ser humano?
Apesar do nome “varíola dos macacos”, esses animais são contaminados pelo vírus assim como os seres humanos. Os animais que são verdadeiramente hospedeiros do vírus são os roedores (ratos e esquilos).
Existe vacina?
Especificamente para esse vírus ainda não. O que existe é uma vacina contra o vírus da varíola tradicional e que tem se mostrado útil também para a monkeypox. Em setembro o Brasil vai receber aproximadamente 50 mil doses que serão aplicadas em grupos de risco.
Existe remédio?
Sim, existe um remédio (Tecovirimat) que é aplicado para o vírus tradicional da varíola e que tem sido usado para monkeypox. O tratamento é por comprimidos ou na veia e dura 14 dias. Por enquanto esse remédio está restrito às pessoas que tem maior chance de desenvolver formas graves. O ministério da saúde afirmou que o Brasil receberá algumas doses desde remédio em breve.
Como é o contágio?
Principalmente pelo contato com o líquido eliminado das feridas da pele.
É uma doença de gays?
Não, qualquer pessoa pode se contaminar. Hoje 90% dos contaminados são homens que fazem sexo com homens porque ele entrou numa espécie de cadeia de transmissão, mas em breve estará presente em toda a população.
Como posso me prevenir?
Como o contágio hoje é mais frequente por via sexual, recomendamos diminuir ao máximo o número de parceiros. Para o Monkeypox a camisinha não é eficiente. Evitar exposição pública em casos de sintomas suspeitos, lavar as mãos e utilizar álcool gel. Não tocar em objetos, roupas de cama ou talheres usados por alguém cuja infecção seja muito provável ou confirmada.
Existe algum exame para a confirmação?
Sim, existe um exame que é feito do líquido das feridas. A chance do resultado ser mais fiel é quando as bolhas já estão presentes. Elas são furadas e o líquido é coletado.