Cuidar é oferecer ao outro nossa atenção, nosso acolhimento, nosso conhecimento e nossas habilidades, a fim de melhorar a qualidade de vida de quem está sendo cuidado. A pandemia tem despertado inúmeras reflexões e aprendizados naqueles que fazem parte do setor da saúde, entre as quais destaco a percepção de que o cuidado com o paciente, em grande parte dos casos, pode ser prestado mesmo a distância, de forma remota e utilizando meios digitais.
Os riscos envolvidos na busca por atendimento médico presencial durante uma pandemia formaram o cenário ideal para que o Conselho Federal de Medicina e o Ministério da Saúde decidissem regulamentar a teleconsulta médica, o que ocorreu no primeiro semestre de 2020. A teleconsulta veio se somar a outros tipos de interação remota entre profissionais de saúde e pacientes que já eram permitidas anteriormente, como a teleorientação e o telemonitoramento. Telemedicina, termo mais amplo, é o conjunto de serviços clínicos e educacionais que são prestados remotamente e que visam a melhoria e eficiência da prestação de cuidados de saúde.
O cuidado remoto tem favorecido e facilitado o acesso dos pacientes a suas equipes de saúde, seja para receber uma orientação ou para agendar uma consulta, por exemplo. Também ajuda no acompanhamento do paciente pela equipe, através do envio de mensagens de acompanhamento e/ou educativas, favorecendo a coordenação do cuidado às pessoas da população assistida. Dessa forma, fica facilitado o acompanhamento longitudinal e integral da saúde das pessoas, perpassando pelos atributos de uma Atenção Primária à Saúde de qualidade.
Pessoas que não poderiam buscar um atendimento presencial estão sendo atendidas remotamente, tanto em casos agudos quanto na continuidade de cuidados a condições crônicas de saúde. Entre as ações possíveis em um atendimento remoto, destaco a possibilidade de enviar receita de medicamentos, pedido de exames e atestado médico. Grande parte das demandas podem se solucionadas através do teleatendimento em saúde.
A proximidade digital, em substituição parcial à proximidade física, veio para ficar na saúde. Agora devemos buscar a sedimentação desses meios de interação entre pacientes e profissionais da saúde, estabelecer diretrizes técnicas bem fundamentadas e seguir mantendo as pessoas como foco principal do cuidado, seja presencial ou digitalmente.