Evitar erros na hora de aplicar a insulina, deixar de fazer as doses porque esqueceu ou se confundiu e reduzir a chance de hipoglicemia. Esses são alguns dos desafios diários de quem convive com diabetes e condutas que impactam diretamente na melhora do controle glicêmico.
Em alguns países da Europa, onde as canetas inteligentes de insulina já tiveram sua comercialização aprovada pelo órgão regulatório, esses problemas com o tempo vêm sendo solucionado. É o que revelou um estudo realizado na Suécia.
Pesquisadores avaliaram o uso da Smart Pen da fabricante Novo Nordisk, que se conecta ao sistema de monitoramento contínuo de glicose, o sensor. O estudo acompanhou 94 pessoas durante 7 meses e constatou que, além de melhorar o tempo no alvo, o acesso à tecnologia da caneta inteligente interligada ao sensor de glicose ajudou na conscientização e educação sobre os cuidados com o diabetes.
O resultado da pesquisa foi apresentado nesta quarta-feira (21), durante a reunião anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD - European Association for the Study of Diabetes).
Durante o estudo, os pesquisadores constataram que houve uma redução de 43% das doses deixadas de tomar antes das refeições, principalmente por esquecimento do paciente. Isso significa que mais aplicações de insulina foram realizadas durante o estudo com a caneta inteligente da Novo Nordisk. A mudança de atitude resultou em menor variação da glicose.
A omissão de doses de insulina basal (lenta) também foi um outro problema solucionado com o uso da caneta inteligente durante a pesquisa. O dispositivo emite alertas e avisos para lembrar a hora e a dosagem da aplicação dessa insulina.
A caneta inteligente de insulina da Novo Nordisk tem conexão com o sistema Free Style Libre 2 na Europa. Após a aplicação, é possível escanear a caneta na plataforma do sensor de glicose no celular para que todos os dados possam ser armazenados, incluindo a dose e horário que aconteceram.
O dispositivo permite aplicações de meia em unidade de insulina.
No Brasil, a tecnologia não está disponível, mas existe uma grande expectativa para que essa opção de tratamento chegue no próximo ano. Para a endocrinologista Luciana Schreiner, que também convive com diabetes, a caneta inteligente pode trazer mais qualidade de vida e amenizar a difícil tarefa de controlar a glicose. "Com certeza essa tecnologia vai aumentar a adesão ao tratamento e melhorar o diálogo com o médico."
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