O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antônio Barra Torres, defendeu nesta terça-feira (10) o posicionamento da agência reguladora, que optou por suspender temporariamente os estudos da vacina Coronavac após efeito adverso registrado no Brasil.
Segundo Torres, a escolha foi feita prezando pela segurança. "Em caso de dúvida, nós paramos. Eu pergunto, que mal há em aguardar os documentos que permitem tomar essa decisão? Qual o motivo dessa correria? Por quê uma ansiedade que parece maior do que a de todos nós aqui?", questionou o diretor, em resposta às críticas do Instituto Butantan sobre a decisão.
A interrupção dos estudos foi anunciada na noite da segunda-feira (9), após registro de um efeito adverso grave. Segundo responsáveis pelos estudos da vacina, porém, o efeito não teria qualquer relação com a vacina. Em entrevista coletiva no início da tarde, o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, chegou a falar em "injustiça" .
"Muitas colocações foram feitas como se algum tipo de relação estivesse sendo quebrada. Uma reação que pegou pessoas de surpresa. Senhoras e senhores, quem se surpreender por uma decisão tomada por nós está se surpreendendo com algo que é óbvio. É nosso dever tomar decisões", reforçou. "Nós vamos decidir no momento certo, na hora certa, diante de decumentos que nos respaldem", afirmou Torres.
" A Anvisa não é parceira de nenhum laboratório, de nenhum instituto, de ninguém do setor regulado. Não há parceria a quebrar. A imagem que coloco para os senhores é a imagem do árbitro. É o juiz
", finalizou o diretor-presidente.