A pandemia, com início em março deste ano, impactou também no tratamento e no diagnóstico das demais doenças
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A pandemia, com início em março deste ano, impactou também no tratamento e no diagnóstico das demais doenças

Quando o número de casos de Covid-19 voltou a subir no estado do Rio, acendeu-se um alerta na saúde devido à carência de vagas para internação. A rede privada também tenta se ajustar para suprir a demanda de pacientes que precisam de leitos na UTI.

Segundo o diretor da Associação de Hospitais Privados do Estado do Rio, Graccho Alvim, a taxa de ocupação na cidade do Rio é de 98% e em todo o estado já atinge 70%.

No último fim de semana, o tempo de espera por atendimento na emergência de unidades de saúde particulares chegou a cinco horas. Num movimento de tentar abrir vagas, há redes optando por suspender serviços eletivos, disse Alvim, em entrevista do "Bom Dia Rio", da TV Globo, nesta quarta-feira. A associação tem avaliado como é possível abrir novos leitos para pacientes com Covid-19.

— Algumas redes já suspenderam algumas cirurgias eletivas e alguns exames eletivos também, até para dedicar esses leitos para Covid. Tivemos, inclusive, essa semana hospitais que estavam acima da capacidade total de leitos com pacientes em emergência e aguardando transferência para outro serviço. A gente pretende aí aumentar esse número de leitos, talvez montar uma estratégia de contratação de pessoal, com a parte de utilização de equipamentos de outros serviços — disse Graccho Alvim.

O tratamento de um paciente com Covid-19 é demorado e requer isolamento, com leitos próprios. O alto índice de ocupação das vagas é um fator de preocupação.

Estudos apontaram que há queda no número de casos com a chegada de estações mais quentes, como o verão. No entanto, foi constatado que a variação não é suficiente para aliviar a pressão do sistema de saúde.

— A gente estudou muito o que aconteceu no verão americano, principalmente na Flórida, com temperaturas a 40 graus, e a gente viu que a ocupação de leitos lá em junho, julho chegou a 97% e lá a maioria é de hospitais privados. Aqui a gente receia que isso possa acontecer, e a rede possa entrar num colapso total — comparou Alvim.

Segundo levantamento da associação, ainda há disponibilidade de leitos para tratamento do novo coronavírus em Niterói, São Gonçalo, Campos e Região Serrana, ao passo que a ocupação é quase integral na capital, na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos.

A pandemia, com início em março deste ano, impactou também no tratamento e no diagnóstico das demais doenças. Os pacientes se afastaram das unidades de saúde por temerem o contágio ou por dificuldade em encontrar atendimento durante o período de alta de casos no estado. Agora, esse comportamento tem tido reflexo também na busca por leitos

— A cada dia a gente precisa as vezes transferir de um hospital a outro os leitos Covid. Obviamente, os outros leitos de UTI estão sendo dedicados àquelas doenças que foram negligenciadas durante a pandemia. A gente tem várias doenças que não foram diagnosticadas e o paciente chega num estado em que precisa de um leito de CTI também — contou o diretor da Associação de Hospitais Privados do Rio.

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