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Por se tratar de uma infecção que afeta principalmente os pulmões, os cientistas ainda não entendem exatamente a relação entre coronavírus e diabetes e nem se esses casos são temporários ou permanentes
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Por se tratar de uma infecção que afeta principalmente os pulmões, os cientistas ainda não entendem exatamente a relação entre coronavírus e diabetes e nem se esses casos são temporários ou permanentes

Uma pesquisa publicada na revista "Diabetes, Obesity and Metabolism" apontou uma relação próxima a 14% entre casos graves de Covid-19 e o desenvolvimento de diabetes em pessoas que foram hospitalizadas com o novo coronavírus.

Para chegar a este resultado, o grupo examinou relatórios de hiperglicemia não controlada ou níveis elevados de açúcar no sangue de oito estudos, com em torno de 3.700 pessoas que foram internadas após contraírem o Sars-Cov-2.

Apesar dos diagnósticos de diabetes poderem ser resultado de tratamentos com esteroides, como dexametasona, hidrocortisona e metilprednisolona, que são usados em casos mais graves do coronavírus, os especialistas apontaram que a possibilidade do desenvolvimento de diabetes ser um efeito direto da covid-19 também deve ser considerado.

Por se tratar de uma infecção que afeta principalmente os pulmões, os cientistas ainda não entendem exatamente a relação entre coronavírus e diabetes e nem se esses casos são temporários ou permanentes.

Especialistas temem novo tipo de diabetes relacionada à Covid-19

Em entrevista ao The Washington Post, o professor e cirurgião de diabetes do King’s College de Londres, Francesco Rubino , disse acreditar que a diabetes decorrente da covid-19 pode ser um novo tipo de doença.

Pacientes com diabetes tipo 1 e diabetes tipo dois possuem um perfil muito bem definido de relação com a produção de insulina pelo corpo. Aqueles que são acometidos pela diabetes tipo 1, possuem pouca ou nenhuma insulina produzida pelo pâncreas. Com isso, queimam rapidamente seus estoques de gordura, por exemplo.

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Os pacientes com diabetes tipo 2 apresentam resistência à insulina, que faz com que eles possam apresentar desidratação e até entrarem em coma, porque o pâncreas não consegue controlar a quantidade de açúcar que vai para a urina.

Porém, nos casos de diabetes diagnosticados após as internações pelo novo coronavírus, as complicações dos pacientes acabam se cruzando. “Há uma boa chance de que o mecanismo do diabetes não seja típico”, disse Rubino. “Pode haver uma forma híbrida. É preocupante”, completou.

A relação entre diabetes e infecções pelos coronavírus não é algo novo. Durante a epidemia de SARS, em 2003, 39 pacientes, sem histórico prévio, desenvolveram diabetes dias após a internação. Porém, desses, apenas dois ainda tinham a doença após dois anos.

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